O "Jornal de Negócios" publica hoje um interessante texto da autoria de Fernando Sobral.
"Portugal já não é um País. É um imposto.
No Estado ninguém tem uma ideia que não passe por um imposto, por uma taxa ou por uma coima.
Em Portugal vive-se para pagar impostos.
Há quem lhe chame um suicídio colectivo.
É por isso que ninguém se admira por Ana Jorge, acusada de ser ministra da Saúde, ter colocado a hipótese de se criar um imposto só para o sector que tutela.
Julgava-se que um ministro existia para gerir inteligentemente, com os recursos que tem, o sector do Estado pelo qual é responsável. Ingenuidade nossa.
Um ministro existe para aparecer na televisão e para ser o Professor Pardal dos impostos. Mesmo que sejam absurdos. Mesmo que os portugueses já não se consigam mexer no meio de tanto imposto.
O imposto é uma rotina, o nosso circuito de manutenção.
Em Portugal tudo paga imposto.
Só estão isentos os ministros que dizem dislates como Ana Jorge.
Ela pensa que o imposto é a solução para a sua falta de ideias e a sua incapacidade para gerir a Saúde.
Portugal trabalha para pagar impostos.
O Governo existe para os gastar em tudo e ainda pedir outros para coisas específicas.
O Governo só sabe duas palavras: arrecadar e esbulhar.
A sua única actividade conhecida é hoje legislar a taxa, cobrar o imposto, passar a coima.
É a isso que se dedica o Estado.
Consome o País e torna esqueléticos os portugueses.
A carga fiscal em Portugal é absurda, mas há quem julgue que o saque não tem fim.
Ana Jorge acha que todos os portugueses são Tio Patinhas e têm uma caixa-forte debaixo da cama para pagar os seus delírios.
Deveria ser promovida a cobradora de taxas."
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Portugal é um imposto
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