DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O minúsculo País de Pedro Passos Coelho

O "Jornal de Negócios" publica hoje um texto de Nicolau do Vale Pais que, pela sua objectividade, merece ser aqui reproduzido.

É caso para dizer que o encanto de Passos Coelho começa a desvanecer-se e que mais e mais pessoas já o estão a ver como ele realmente é e no que quer transformar este pobre País.

"São afirmações usadas no limite da decência, as de Passos Coelho. Ironicamente só "um piegas" responsabilizaria um colectivo abstracto, "o povo", sobre o qual tem poder e responsabilidade, para encontrar desculpa para o fracasso de uma missão que é sua. A parte arrepiante é a forma como rapidamente se transforma o assunto em "fait-divers", sem que ninguém nos "media" tenha percebido (ou tenha querido perceber) o essencial; não importa o quanto Passos ofende ou deixou de ofender, ou se o fez, ou deixou de o fazer, "de propósito" - o essencial é que a culpa está entregue, e a água sacudida do capote. O País é o problema; a pátria possível de Passos Coelho passou ser a troika e dessa devoção dependerá, em última linha, a sua reeleição e, sobretudo, a sua desresponsabilização caso nos vejamos gregos. Mas não há que ficar surpreendido; afinal, quanto tempo levou o "país televisão" a pensar direito sobre Sócrates?

Depois da violência liminar rude do Socratismo, sem precedentes desde o Estado Novo, competia ao novo Governo quebrar com o ciclo enfermo do descrédito impensável a que tínhamos chegado, ao nível da credibilidade dos governantes junto do eleitorado. Muita da expectativa dos portugueses baseava-se na ideia de que a requalificação do papel do Estado na economia, nomeadamente através da diminuição da sua influência partidária directa e promíscua, pudesse relançar o tecido produtivo, com base em pressupostos mais liberais do que proteccionistas, mais democráticos do que populistas. Sucede que esta catrefa de intenções foi usada como um mero "slogan" publicitário, condenando-nos ao rápido desalento assim que figuras utilizadas para credibilizar pactos durante a campanha eleitoral - como Eduardo Catroga - começaram a cobrar os favores prestados. Os portugueses tinham expectativas legítimas, e votaram de acordo com elas; não foi o eleitorado que desiludiu.

José Sócrates precisaria sempre de se enganar a si e aos outros, pois a génese do seu sucesso dentro do próprio PS foi sempre uma mentira, alimentada pela venalidade obscena e pela arrogância surda e decadente das gradas figuras do Partido, prontas para trocar a ética por dinheiro, comerciando o ópio do sucesso; essa mentira começou no segundo governo de António Guterres e no assalto ao projecto (ou ao pacto) assumido nos Estados Gerais, às mãos dos mais obscuros perfis do Partido, de António Vara a José Lello. Já Passos Coelho não precisa de mentir a ninguém: quando se vê o País a sofrer e se é insensível ao ponto de largar "postas" como a da como emigração juvenil ou esta recente "boutade" sobre a pieguice nacional, estamos perante um caso de tecnocracia tão agudo, quanto vulgar. E quando se é um tecnocrata, está-se protegido da desilusão do eleitorado porque, precisamente, a tecnocracia se destina a reduzir toda a política à estreiteza de vistas dos seus fiéis executores, noção de "pátria" incluída. Pedro Passos Coelho é um tecnocrata proficiente, com raiz política num neo-liberalismo feroz, muito bem disfarçado pelo som melífluo da sua belíssima voz. Estamos perante um desastre de insensibilidade e inconsequência, disfarçado com pose de Estado; se há coisa que precisávamos era de confiança institucional, mas o Chefe do Governo decidiu esquecer-se que até mesmo um cão pode morder o dono, se este lhe der demasiados pontapés.

Seria de elementar humildade perceber que se o País fosse outro - porventura mais exigente, mais objectivo e lúcido por se encontrar melhor governado - o Sr. nunca teria chegado a primeiro-ministro. Mas não se preocupe: esse país, estamos a fazê-lo no espaço que nos sobra para lá dos Partidos e da hipocrisia. Sem pieguice, e com uma grandeza a milhas de qualquer promessa eleitoral."


* Nicolau Pais

Docente na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto
Consultor em desenvolvimento estratégico nas áreas da produção e comunicação.

Bio

Estudou Teatro no "Drama Center, London" entre 1996 e 1998.
Divide o seu tempo entre a actividade de docente na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto, e o trabalho de consultoria e desenvolvimento estratégico nas áreas da produção e comunicação.

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