DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão

Mais um interessante texto de Pedro Marques Lopes hoje publicado no "Diário de Notícias"

"Miguel Relvas, na TVI24, mostrou a sua revolta contra alguns municípios que devem milhões e mesmo assim tiveram o desplante de dar tolerância de ponto no Carnaval.

Pode-se acusar o ministro de muita coisa, mas não se pode dizer que estivesse a ser incoerente com o que é a linha de actuação do Governo. Vem, aliás, na sequência da decisão de acabar com feriados, com a proposta abandonada de aumentar meia hora a jornada laboral, da redução de férias e outras medidas que visam aumentar a permanência dos trabalhadores no posto de trabalho.

O pensamento político - se é que lhe podemos chamar político ou sequer pensamento - subjacente a esta estratégia é evidente: uma das principais razões para a crise que vivemos é o facto de nós, portugueses, trabalharmos pouco.

Como qualquer pessoa que utiliza a fé para tomar decisões, é perfeitamente indiferente falar de factos. Não valerá a pena informar o Governo de que os portugueses são dos povos europeus que mais horas trabalham ou, pelo menos, os que são obrigados a passar mais horas nos seus locais de trabalho. Também será inútil lembrar que os portugueses que trabalham em empresas estrangeiras, em Portugal ou no estrangeiro, são considerados excelentes trabalhadores e distinguem-se pela sua qualidade.

Não, Relvas e o Governo estão convencidos de que os trabalhadores portugueses são um bando de preguiçosos que é forçoso pôr a trabalhar. Mais, devem ser agora castigados por terem passado tantos anos de papo para o ar. Gostaria muito de saber o que pensará um qualquer operário que leva uma hora e meia para chegar à empresa onde trabalha e mais hora e meia para regressar a casa, depois de ter trabalhado nove ou dez horas, para no fim do mês receber oitocentos euros, deste tipo de pensamento. Enfim...

Pois é, foi o facilitismo e a preguiça que nos trouxeram ao actual estado de coisas. Isso e os Governos anteriores, bem entendido. Quanto aos Governos anteriores terá o ministro Relvas alguma razão. Não há dúvidas de que os últimos vinte ou trinta anos contribuíram, e de que maneira, para o péssimo estado do País. Mas ver a segunda figura do Governo ignorar olimpicamente esse pequeno detalhe da crise europeia, o ataque às dívidas soberanas, o quase colapso do sistema financeiro internacional, a cegueira criminosa dos dirigentes europeus na condução dos destinos europeus, a semelhança da nossa situação com a de quase todos os países da Europa e explicar tudo com os anteriores Governos e os facilitismos e quejandos é, pura e simplesmente, arrepiante. Bom, não seria de esperar muito mais de Miguel Relvas, cujo entendimento da política se resume na habilidade em angariar apoios de secções partidárias e em pôr notícias em jornais. Mas que diabo, pensar que é ele o coordenador da acção política do Governo é, no mínimo, assustador.

Talvez seja pedir demais, mas talvez também não fosse má ideia que Miguel Relvas esquecesse por momentos a propaganda e percebesse alguns dos problemas que as nossas empresas (é escusado pedir isso ao ministro Álvaro, pois já todos percebemos que ele sabe tanto de empresas e dos seus problemas como de lagares de azeite) enfrentam, e que estão longe, muito longe, de qualquer tipo de preguiça dos trabalhadores.

Em vez de estar a perder tempo com comissões interministeriais, que mais não são do que poeira para atirar aos olhos dos mais incautos, podia-se tentar informar dos problemas graves de formação, de capacidade de gestão e de organizar o trabalho de parte significativa dos nossos empresários. Das dificuldades que o Estado lhes impõe com as constantes mudanças de legislação, da kafkiana burocracia, da falta de crédito que lhes está a destruir as empresas, dos preços absolutamente exorbitantes que têm de pagar por electricidade, gás e petróleo que não lhes permite ser competitivos com os concorrentes estrangeiros, da carga fiscal asfixiante ou do inexistente sistema de justiça que faz que as dívidas sejam perdas.

Mas a verdade é que os sapateiros não são bons tocadores de rabecão."

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