Saiu, finalmente, o tão esperado relatório da Autoridade da Concorrência sobre o preço dos combustíveis.
Como seria de esperar, Manuel Sebastião, Presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), afirmou que a investigação levada a cabo pelo regulador "não conseguiu" encontrar situações ilícitas na formação dos preços dos combustíveis em Portugal, nem situações de abuso da posição dominante por parte das maiores petrolíferas do mercado, nomeadamente a Galp Energia, a BP e a Repsol.
"Estamos perante um problema que ultrapassa a dimensão nacional e ultrapassa as questões concorrenciais", disse o novo presidente da AdC.
Nada destas declarações nos espanta e dificilmente poderíamos esperar algo realmente válido sobre o custo dos combustíveis e o impacto que está a ter na já débil economia nacional.
Mas o Presidente da AdC foi mais longe e saiu-se com duas tiradas que são dignas de ficar na história.
1- "Não é Portugal que tem impostos mais elevados do que Espanha, é Espanha que tem impostos mais baixos”
2 - " A lei da Concorrência não proíbe a posição dominante, proíbe é o abuso da posição dominante”.
Este último ponto refere-se à Galp e, como não podia deixar de ser, a companhia petrolífera nada fez de errado ou repreensível.
Segundo as contas da AdC, a estrutura de custos para a gasolina e para o gasóleo é a seguinte: para o preço médio de 1,39 euros por litro de gasolina, 43 cêntimos correspondem ao preço à saída da refinaria, dois cêntimos destinam-se ao armazenamento e transporte, 11 cêntimos são para os retalhistas e 82 cêntimos são impostos.
Para o gasóleo a um preço médio de 1,23 cêntimos, 52 cêntimos são preço à saída da refinaria, dois cêntimos vão para o armazenamento e transporte, 11 cêntimos para os retalhistas e 67 cêntimos para impostos.
É difícil perceber quem é que ganha com isto?
Por um lado, o Governo, para estoirar depois nas suas obras de fachada como o agora anunciado TGV por 1.450 milhões de euros.
Por outro, naturalmente, a Galp, que precisa de lucros exorbitantes para pagar o “modesto” vencimento DIÁRIO de 1.200 euros (em média) a cada um dos seus administradores mais as habituais mordomias, claro.
Enquanto isso nós, cidadãos comuns, defrontamo-nos com os escandalosos preços dos combustíveis sem nada podermos fazer para lutar contra a situação.
A isto respondem os governantes que é preciso mudar de hábitos, andar mais de transportes públicos, usar energias alternativas, etc.
Quanto tempo mais teremos de aguentar estes energúmenos a destruir o País?
Quanto tempo mais podemos esperar para correr com esta corja partidária?
Está na hora do povo português se erguer e dizer BASTA!
www.nenhum.org
terça-feira, 3 de junho de 2008
O preço dos combustíveis
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