Alguns dos socialistas mais idosos e influentes começam a mostrar sinais de que nem todo o Partido Socialista está contente com as politicas levadas a cabo pelo governo maioritário de José Sócrates.
A propósito do Relatório da União Europeia sobre pobreza e desigualdade, Mário Soares, o “pai” fundador socialista, publicou um artigo de opinião em que se mostrou chocado por Portugal aparecer na cauda dos 25 países europeus (a Roménia e a Bulgária ainda não fazem parte da lista) nos índices dos diferentes países, quanto à pobreza e às desigualdades sociais e, sobretudo, quanto à insuficiência das políticas em curso para as combater.
Soares afirma que depois de duas décadas de neoliberalismo puro e duro, tão do agrado de tantos que se dizem socialistas, uma boa parte da Esquerda dita moderada parece não ter ainda compreendido que o neoliberalismo está esgotado e prestes a ser enterrado. Mais afirma que, segundo os modelos nórdicos, as políticas sociais sérias estimulam o crescimento, contribuem para aumentar a produção e favorecem novos investimentos.
Soares sugere ao PS - e aos seus responsáveis - que têm de fazer uma reflexão profunda sobre as questões que hoje nos afligem mais: a pobreza; as desigualdades sociais; o descontentamento das classes médias; e as questões prioritárias, com elas relacionadas, como: a saúde, a educação, o desemprego, a previdência social, o trabalho. Essas são questões verdadeiramente prioritárias, sobre as quais importa actuar com políticas eficazes, urgentes e bem compreensíveis para as populações.
Soube-se na mesma semana que um outro socialista de referência, Manuel Alegre, vai participar num comício ao lado de dirigentes do Bloco de Esquerda, de renovadores comunistas e ainda de socialista designados de históricos num comício que pretende alertar contra as desigualdades, as injustiças sociais e a corrupção em Portugal. O comício pretende servir de alerta contra as desigualdades, as injustiças sociais e a corrupção e Manuel Alegre será um dos principais oradores.
Curiosas foram as reacções de Sócrates e dos seus cães de fila a estas notícias.
No debate quinzenal na Assembleia da Republica, o pior Primeiro-Ministro de sempre respondeu à oposição dizendo que o relatório europeu se refere a 2004 e que, com ele, as desigualdades e pobreza estão a ser combatidos como nunca foram antes.
Será possível alguém ter tamanho descaramento?
Será que este “iluminado” não conhece a realidade a que conduziu o País?
Será que ninguém lhe diz que conduziu Portugal e os portugueses à miséria e à fome?
E o resto da corja socialista?
«O PS e o governo não estão a dormir, à espera que Mário Soares faça um aviso», afirmou Mário Lino, o imbecil ministro das Obras Públicas.
O invertebrado ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, mostrou-se surpreendido com as recentes declarações de Mário Soares considerando que a ideia de agravamento das desigualdades sociais em Portugal é uma «ideia empiricamente falsa».
“A visão de Mário Soares corresponde à visão do PS”, afirmou o tenebroso porta-voz do partido, Vitalino Canas.
Mas esta gente está a brincar connosco?
Será que acreditam nas enormidades e mentiras que dizem?
A esperança é de que os socialistas mais preocupados com as questões sociais, aqueles que dizem representar a ala esquerda do PS, abram os olhos e saiam da letargia em que têm estado nos últimos anos, rastejem de debaixo das pedras onde têm estado escondidos e comecem a questionar as opções governativas que têm sido levadas a cabo em seu nome.
Claro que é uma esperança ténue e que estará longe de levar à mudança real que todos desejamos mas, por estarmos a entrar em período eleitoral, pode ser que Sócrates não faça mais mal ao País e aos portugueses.
A mudança só virá quando o povo se erguer e dizer BASTA!
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domingo, 1 de junho de 2008
Rastejando de debaixo das pedras
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