Os cidadãos irlandeses acabam de dar uma valente lição aos políticos que pretendem criar uma Europa dirigida por uma cambada de burocratas e dirigentes não eleitos.
Apesar de todas as pressões o povo irlandês teve a coragem necessária para dizer NÃO no referendo ao Tratado de Lisboa.
Sendo o único estado europeu em que a Constituição obrigava ao referendo, a Irlanda era a ultima esperança dos povos europeus.
É sabido que nenhum outro governo optou por referendar o Tratado de Lisboa, tendo todos optado pela chamada “ratificação parlamentar” ou seja, a cambada politica aprova, nos parlamentos, o que não se atrevem a submeter à consulta popular por receio dos povos, como o irlandês, dizerem NÃO.
A anterior versão do tratado tinha sido “chumbada” em 2005 pela França e pela Holanda, razão porque a corja politica tudo fez para evitar agora os chumbos que sabiam ser certos.
Portugal não foi excepção,
José Sócrates, antes de ser Primeiro-ministro garantiu, na campanha eleitoral que iria submeter o tratado constitucional europeu a referendo aos eleitores mas, depois de eleito, virou o bico ao prego e guardou a promessa na gaveta.
Assistimos, estupefactos, aos seus argumentos que é um tratado diferente do que ele prometeu referendar, que o texto é tão denso que nem vale a pena explicá-lo, que a Assembleia tem a mesma legitimidade democrática para o ractificar, etc. etc. etc. mas a pura verdade é que nisto, como em muitas outras coisas. José Sócrates MENTIU descaradamente aos eleitores para ganhar as eleições.
Ainda ontem, na Assembleia da Republica, interpelado a respeito do referendo na Irlanda, José Sócrates deixou escapar que a sua carreira politica depende deste tratado, o tal do “porreiro, pá”.
Curioso?
Será que este oportunista incompetente já está a prever o que lhe vai acontecer nas eleições do próximo ano, quando o povo português correr com ele e a tentar assegurar o seu futuro num qualquer “tacho” europeu?
Os políticos adoram a Europa porque lhes assegura o futuro. Para eles basta estarem inscreverem-se num qualquer partido político ainda durante o tempo de escola para terem acesso às benesses que esta nova “aristocracia” europeia rouba aos povos incautos que os elege para defender os seus direitos. Levam uma vida fácil e rica, a encher os bolsos à custa dos impostos que sacam aos indefesos contribuintes e retiram-se finalmente com chorudas reformas, pensões e outras mordomias.
O que importa é que o Tratado de Lisboa foi chumbado e temos de esperar para ver agora o que os políticos vão fazer. Já se ouvem alguns a dizer que a Europa não pode parar por causa dos irlandeses, o que vai contra tudo o que anteriormente foi dito sobre o Tratado.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso disse que Bruxelas “não tem um plano B” em caso de vitória do “não”. Também o primeiro-ministro francês, Francois Fillon, admitia que “se o povo irlandês rejeitar o Tratado de Lisboa, naturalmente, não haverá tratado”.
Contudo, há também quem defenda que o processo de ratificação não deve ser parado pelo chumbo do tratado num único país (com uma população que representa apenas um por cento do total da UE). Veremos se resistem à tentação de dizer que os irlandeses são poucos, europeus de “segunda”, que não sabem o que fazem e se insistem em levar o tratado por diante.
Um dos comissários europeus disse na televisão que é “preciso encostar os irlandeses à parede” porque não podem, sozinhos, bloquear a Europa.
O que está em causa é, em ultima estância, a possibilidade de criarem uma Europa com maiores desigualdades sociais, com economias tipo “neo-liberal” em que tudo e todos são sacrificados ao “lucro”.
Vimos, esta semana, sinais do que está para vir se os políticos levarem a deles por diante quando aprovaram a possibilidade da semana de trabalho se estender até às 65 horas, falando mesmo que pode chegar até às 80.
Os irlandeses disseram NÃO e os povos europeus agradecem.
Obrigado Irlanda
www.nenhum.org
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Obrigado Irlandeses
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Dizem que este não Irlandes não deve ser levado em conta por apenas representar 1% da população da Europa. Corrijo, os Irlandeses não representam neste caso 1% da europa mas 100% da população europeia consultada!
ResponderEliminarPara quem ainda anda á procura de uma solução para o problema (alguns lá vêm agora pedir que se façam referendos á custa do Irlandeses até que estes desistam e digam sim, bons democratas estes) aqui vai uma sujestão: Referende-se TODA a população da europa, e ratifique-se ou não consuante a manisfestação de vontade não dos países mas das pessoas. Não sei como tão ilustres juristas tão interessados na defesa dos estados de direito ainda não pensaram nisso. Ou se calhar, até pensaram mas não acham boa ideia....porque são europeístas dizem eles...