O governo do Partido Socialista, pela voz de Pedro Marques, Secretário de Estado da Segurança Social, anunciou ontem novos cortes nas prestações sociais para reduzir o défice, como manda Bruxelas-
Convém recordar que foi este espécime, certamente muito inteligente e esclarecido, quem defendeu publicamente há um par de anos atrás que os retroactivos das pensões de reforma deveriam ser pagos em mensalidades de alguns cêntimos para, imagine-se, os pensionistas não gastarem de imediato os poucos euros que receberam de aumento. A aberração só não foi adiante porque se reuniu um coro de indignação social que obrigou o Governo a recuar nos seus sinistros intentos.
Mas agora o caso muda de figura.
Para além do aumento de impostos e das anteriormente anunciadas alterações a aplicar ao Rendimento Social de Inserção, subsídio social de desemprego e apoios à parentalidade, agora também a comparticipação de medicamentos, as taxas moderadoras, a acção social escolar, o apoio a acamados, o abono de família, quase nada fica de fora das novas medidas de austeridade que entram em vigor a 1 de Agosto e afectam dois milhões de portugueses, tudo para poupar 90 milhões de euros na despesa publica.
O que muda neste cenário é que o PSD de Passos Coelho não só apoia agora o Governo em tudo o que tem a ver com os cortes dos apoios, dizendo até que "vêm tarde" e, ainda por cima, o CDS também concorda e aplaude.
Da mesma forma, também vários comentadores da área económica defendem estas medidas com a justificação de haver muitos abusos por parte de beneficiários.
Será que está tudo doido?
Será que não percebem o que estão a fazer?
Ou, pelo contrário, sabem exactamente o que fazem e fazem-no deliberadamente sem se importarem com o mal que fazem aos cidadãos?
Todos concordamos que os abusos têm de ser combatidos e é preciso limitar os apoios a quem efectivamente deles necessita mas usar essa justificação para os cortes?
À conta de poupar 90 milhões, a "elite" politica vai impor enormes sacrifícios à população com menos recursos enquanto o regabofe do despesismo, desperdício e do esbanjamento continua a florescer em tudo o que são institutos públicos, fundações, autarquias, gabinetes de assessores, etc, etc.
Vencimentos elevados, viaturas, ajudas de custo, despesas de representação, pensões que se atribuem a eles próprios e muitas outras mordomias escondidas e disfarçadas, para a corja partidária nada pode faltar, nada se pode sacrificar.
Isto é grave, muito grave mesmo e o povo tem de dizer BASTA!
Começa a ser necessário um movimento que promova a desobediência civil, algo que assuma proporções tais que a corja politica não possa ignorar.
É preciso mudar o sistema politico, acabar com os partidos e com as suas clientelas mafiosas e criar um sistema que represente, efectivamente, a velha fórmula democrática do governo do povo, pelo povo, para o povo.
Só assim Portugal será uma verdadeira democracia.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Cortes nas prestações sociais
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