Texto de Joana Amaral Dias hoje publicado no "Correio da Manhã"
Isto está uma maravilha. Este governo conseguiu sair pior que a encomenda. As expectativas eram baixas. Mesmo assim, Passos Coelho consegue desiludir. O Primeiro-Ministro fez toda uma campanha baseada na ideia de que a crise é nacional, apregoando aos sete ventos que tinha a varinha de condão para todos esses males lusitanos, descobrindo agora que, pasme-se, o mundo mudou. Afinal, não só é insuficiente cortar nas gorduras do Estado, como a despesa não baixou. Extraordinário. Logo aqui, abatem--se os dois pilares de toda a sua retórica.
Mas há mais. A receita fiscal começa a emagrecer e a injustiça da política económica é tal que faz com que os impostos aumentem só para quem trabalha. A bandeira da transparência já vai a meia haste. Nas nomeações é baça, nas privatizações ou na dívida pública é completamente opaca. Some-se a intervenção "informal" na RTP, os ditos e desditos do TGV, o combate à pobreza como forma de reforçar influências locais, o esboroar da coligação, uma oposição tímida e percebe-se como será violento o regresso do país à realidade. Jorge de Sena dizia que Outubro é um desmanchar de feira. Este ano é mais cedo. O fim da ilusão é em Setembro. É já para a semana.
sábado, 27 de agosto de 2011
Pior é impossível
Etiquetas:
governo,
passos coelho
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário