Texto de Manuel António Pina hoje publicado no "Jornal de Noticias" e que, certamente, teve por base as infelizes declarações de Paulo Macedo na entrevista que deu a Judite de Sousa na TVI, na semana passada. Disse o "esclarecido" Ministro da saúde que "se calhar, fazem-se mais transplantes do que devia ...".
Ficámos a saber que, na opinião deste "contabilista", há uma nova moda em Portugal, a dos transplantes e que os portugueses resolvem, por capricho, ir ao hospital mudar o fígado ou um rim. Claro que, com rendimentos (declarados em 2010) na ordem dos 800 mil euros, Paulo Macedo está muito longe de se preocupar com a sua saude e a dos seus pois sabe que terá sempre os recursos da maus cara medicina privada ao seu dispor, mesmo que venha a necessitar de um transplante.
É este tipo de gente que está, infelizmente, a dar cabo do País.
"O que, para além de toda a tagarelice justificativa, resulta das anunciadas medidas de redução da despesa (ainda apenas "planos"; "realizações" são, para já, a nomeação de centenas de 'boys' e dezenas de "grupos de trabalho", 11 só à conta de Relvas, três deles para o futebol) é que ou Passos e Portas não faziam a mínima ideia do que falavam quando criticavam as "gorduras" do Estado ou mentiam deliberadamente quando se atiravam como gatos a bofes contra Sócrates por aumentar os impostos (um e outro preocupavam-se então muito com as "famílias").
Andaram anos a chamar mentiroso e "Pinóquio" a Sócrates porque as suas políticas não coincidiam com as suas promessas e, em dois meses, não têm feito outra coisa senão desdizer-se. A solução que tinham na manga era, afinal, o empobrecimento geral (geral?, não: uma pequena aldeia de 25 magníficos continua a enriquecer escandalosamente à custa desse empobrecimento).
Agora, aos trabalhadores (Amorim excluído), pobres e pensionistas, juntam-se os doentes no lote dos "todos" a quem Passos e Portas cobram a factura da crise. No caso dos doentes, pagando com própria vida se for o caso: os responsáveis nacionais pelo programa de transplantações demitiram-se sexta-feira revelando que os cortes na Saúde "não respeitam a vida humana" e vão "matar pessoas". Não me parece que Paulo Macedo se preocupe com isso: trata-se de doentes crónicos, que só dão despesa..."
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Ordem para morrer
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