Mais um mail de revolta e indignação que circula na net.
"Todos os ''governantes'' [a saber: os que se governam...] de Portugal falam em cortes das despesas, mas não dizem quais, e aumentos de impostos, a pagar pela malta
Não ouvi foi nenhum governante falar em:
. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três Presidentes da República retirados.
. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações,tudo à custa do pagode
. Acabar com os milhares de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e têm funcionários e administradores com 2º ou 3º emprego.
. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euros mês e que não servem para nada, antes acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821, etc
. Redução drástica das Juntas de Freguesia.
. Acabar com o pagamento de 200 € por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 € nas Juntas de Freguesia
. Acabar com o Financiamento aos Partidos. Que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem para conseguirem verbas para as suas actividades
. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País.
. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias, e até os filhos das amantes.... Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos.
. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos às escolas, ir ao mercado a compras, etc.
. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis...
. Acabar com os "subsídios" de habitação e deslocação a deputados eleitos por circulos fora de Lisboa... que sempre residiram na Capital e nunca tiveram qualquer habitação nos circulos eleitorais a que concorreram!
. Controlar os altos quadros "colocados" na Função Pública (pagos por nós...) que quase nunca estão no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total: HÁ QUADROS QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO OS DA COISA PÚBLICA...
. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCEPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder...
. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos e outros, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar..
. Acabar com as várias reformas, acumuladas, por pessoa, de entre o pessoal do Estado e de entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.
. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP, com os juros devidos!
. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros, Duartes Limas, Arlindos de Carvalho, Varas, Penedos, Lamegos e quejandos, onde quer que estejam e recuperar essas quantias para os cofres do Estado.
. E por aí fora... Recuperaremos depressa a nossa posição, sobretudo a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado .
. Quem pode explicar porque é que o Presidente da Assembleia da República (o "Bocassa" Gama) tem, ao seu dispor, dois automóveis de serviço? Deve ser um para a "pasta" e outro para a "lancheira"!...
"
sábado, 23 de abril de 2011
CRISE EM PORTUGAL - medidas a tomar!!!
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Todos somos culpados?
Texto de Nuno Rogeiro hoje publicado no "Jornal de Noticias".
"Todos somos culpados?
Financeiramente, o Estado português (ou o Estado que se instalou em Portugal) bateu no fundo. Mas não há nada mais irritante do que o argumento de que, neste descalabro, "todos somos culpados". Não é certamente culpado quem sempre questionou a utilidade de certos gastos públicos, em particular sendo estes obscuros quanto ao custo total, e quanto à capacidade de endividamento. Um exemplo claro é o TGV. Ainda hoje há um grupo de pressão a propalar imbecilidades, como o de podermos perder milhões de euros se não construirmos o comboio ultra-rápido. Ora, a verdade é que essa "ajuda" europeia é apenas um quinto a um sexto do preço mínimo total. Ou seja: poupávamos 20%... se pagássemos os outros 80.
Não é certamente culpado quem, cedo e a boas horas, em várias áreas, denunciou a ameaça da dívida externa, o grande perigo que a mesma representava sobre o futuro dos filhos e a tranquilidade desta geração.
Não é culpado quem sempre questionou os esquemas ínvios de acumulação de pensões e ordenados activos, ou a remuneração de gestores sem atenção aos seus resultados.
Não é culpado quem sempre pagou os seus impostos, com ou sem juros, não sabotou a economia nacional, não promoveu a fuga de capitais para o estrangeiro, e sempre que pôde investiu nesta sociedade, neste povo e nesta nação.
Não é culpado quem sempre defendeu a frugalidade do Estado, e o fim da ostentação sumptuária dos pequenos e grandes poderes públicos.
Não é culpado quem não enriqueceu à custa do Estado, quem sempre viveu com esforço e empenho na construção de um futuro na iniciativa privada, cooperativa, social.
Não é culpado quem deu mais do que recebeu, e quem serviu sem se servir.
Não é culpado quem sempre quis ir mais longe, e mais fundo, na investigação de nepotismo, compadrio, tráfico de influências e corrupção.
Não é culpado quem sempre se opôs à criação de cargos, departamentos e funções inúteis, em geral justificados por critérios político-partidários.
Não é culpado, certamente, quem sempre pregou e aplicou o equilíbrio orçamental, e a transparência na gestão dos dinheiros públicos, contra as sereias do despesismo.
Não é culpado quem, nesta história ainda mal contada, remou no sentido contrário ao do desastre presente.
São esses inocentes que vão acabar por tirar os culpados da crise."
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Choque de vida
O "Correio da Manhã" publica hoje um texto tão inesperado como surpreendente da autoria de Luís Marques Mendes, antigo presidente do PSD e considerado um dos "senadores" desse partido.
Se até já gente desta fala contra a democracia partidária então é porque deve estar mesmo, mesmo muito podre!
"Choque de vida"
Por: Luís Marques Mendes, Ex-líder do PSD
"Com eleições à porta, a escolha dos deputados obriga-nos a reflectir sobre alguns vícios trágicos do nosso sistema eleitoral.
Primeiro vício: a falta de relação entre eleito e eleitor. Em 5 de Junho, vamos escolher 230 deputados. Mas será que alguém vai votar nos deputados que estão em jogo? Formalmente, sim. Na prática, o voto é nos partidos e nos candidatos a primeiro-ministro. Nos deputados é que não é. De resto, a maioria deles nem sequer é conhecida dos eleitores.
Segundo vício: a desvalorização do mérito. Em eleições locais, os partidos têm normalmente um especial cuidado na escolha dos seus candidatos autárquicos. Porque sabem que o voto no partido não chega para vencer. É preciso ter candidatos reconhecidos e prestigiados. Ainda bem. Só que em eleições nacionais, onde o grau de exigência devia ser maior, passa-se tudo ao contrário. Como aqui o voto é mais partidário do que pessoal, os partidos não valorizam o mérito. Preferem os yes men. Assim, de eleição para eleição, baixa a qualidade.
Terceiro vício: a desresponsabilização. Os deputados têm um mandato importante. Mas será que o exercem? Que prestam contas aos eleitores? Que fazem trabalho político junto das populações? Que batem o pé e afirmam a sua autonomia? Claro que não. A preocupação do deputado é agradar ao partido que o escolheu, não ao cidadão que o elegeu.
Estes vícios mostram bem que o nosso sistema eleitoral está caduco. Não prestigia a função política nem o cargo parlamentar. Agrada aos directórios partidários mas não serve os cidadãos. O País merece uma ruptura. Um novo sistema eleitoral, com círculos uninominais (um círculo, um deputado), compensados com um círculo nacional.
As vantagens desta mudança são inequívocas. A começar na personalização – cada eleitor escolheria o seu deputado como escolhe o seu presidente de câmara. A continuar na responsabilização – o deputado sentir--se-ia obrigado a fazer trabalho palpável e a prestar contas aos cidadãos. A terminar na exigência do mérito e da qualidade – é tempo de os partidos escolherem pela competência e não pelo seguidismo.
Sei bem que os partidos fogem desta reforma como o diabo da cruz. Receiam perder os seus pequenos poderes. Falam muito de credibilidade mas pouco a praticam. É tempo de a sociedade os obrigar a mudar. Afinal, os partidos precisam mesmo de um choque de vida."
sábado, 16 de abril de 2011
560
VAMOS LÁ AJUDAR O PAÍS!!!
Está provado que se cada português consumir 100€ de produtos nacionais por mês a economia cresce acima de todas as estimativas e ainda cria postos de trabalho!
Quando for ao supermercado, dê preferência aos produtos de fabrico Português. Se não sabe quais são, verifique sempre o CÓDIGO DE BARRAS: TODOS OS PRODUTOS PORTUGUESES COMEÇAM POR
560
Greve à democracia
Marinho e Pinto incita a “uma greve à democracia”
António Marinho e Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, incita os portugueses a uma espécie de “greve à democracia” nas eleições legislativas antecipadas de 5 de Junho, frisando que não compreende como é que os portugueses ainda votam.
Em declarações à TSF, Marinho e Pinto invoca declarações de Manuela Ferreira Leite nas legislativas de 2009, quando a então presidente do PSD sugeriu a “suspensão da democracia por seis meses”, diz que os portugueses deviam ser mais rigorosos com os políticos e responsabiliza a elite política pela situação do país.
«Era a grande punição democrática para a mediocridade, oportunismo e incompetência de todos os políticos portugueses. Era envergonhá-los publicamente perante a Europa e o mundo», acrescentou.
Marinho e Pinto entende que só assim seria possível aquilo que classifica de uma “refundação da República, sem velhos recursos a estereótipos revolucionários”.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Ainda o "comício" do PS
Duas análises hoje publicadas no "Correio da Manhã".
"Megacomício"
"Defender Portugal destes governantes socialistas bem pode ser, esse sim, o propósito dos portugueses"
Por: Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD
"O congresso do Partido Socialista realizado este fim-de-semana foi um verdadeiro megacomício. Houve de tudo um pouco: culto da personalidade do líder, vitimização quanto baste, violentos ataques à oposição e a utilização de figuras da ala esquerda socialista com a intenção de captar voto útil à esquerda. Tudo enquadrado por uma imagem cénica perfeita. Só que, apesar da encenação, a cartilha apresentada não resiste à força inabalável dos factos.
Para consumo eleitoral, o PS carrega agora nas virtudes do Estado social. O problema é que a prática desmente a teoria. Durante seis anos, os socialistas cortaram salários, congelaram pensões e deixaram disparar o desemprego. Construíram um país em que os idosos não têm presente e os jovens não vislumbram futuro. Ou seja, à frente da governação, o mensageiro matou a mensagem.
Para se arvorar em vítima e culpar os adversários, o PS diz agora que foi a crise política que nos obrigou à ajuda externa. Podia ser verdade, mas não é. Infelizmente, há muitos meses que se vê o espectro da bancarrota. Seis anos de governação deram no que deram – o maior défice de sempre, a maior dívida pública de sempre, o maior endividamento externo de sempre, o maior desemprego de sempre e os impostos mais altos de sempre. Afinal, não é o governo que é vítima da crise ou da oposição; os portugueses é que são vítimas desta irresponsabilidade governativa.
Como slogan político, o PS apresentou uma ideia curiosa: defender Portugal. Em abstracto, a ideia é redundante. Afinal, a obrigação de qualquer português é defender o seu País. Em concreto, esta ideia mostra consciência pesada. Defender Portugal de quê? Da ajuda externa que o governo pediu? Do FMI a quem o governo vai abrir as portas? Do desemprego galopante? Do ministro das Finanças que não acerta uma ou do primeiro-ministro que tem um problema estrutural com a verdade? Afinal, defender Portugal destes governantes socialistas bem pode ser, esse sim, o propósito dos portugueses. Assim se vê como o feitiço se pode virar contra o feiticeiro.
Ao cabo e ao resto, tudo resumido, a conclusão é bem simples: chegou ao fim um ciclo. Vai abrir-se um outro. Não há drama nenhum nisso. É o exercício normal em democracia. Afinal, não há vitória que não termine em derrota. Assim se afirmam as virtualidades da alternância política e os méritos de uma cidadania responsável."
"Defender Portugal"
"Os socialistas saíram contentes de Matosinhos: têm um chefe, um discurso de vitimização, uma legião de combate e um grito de guerra. Avançam unidos para aquilo a que chamam "Defender Portugal", contra a oposição irresponsável, contra Cavaco Silva, contra Bruxelas, contra o FMI, contra quem se puser à frente da sua política de terra queimada."
Por: Eduardo Dâmaso, Director Adjunto
"Não foi mais do que isso este comício de Sócrates. Guerra à direita e à esquerda, salvaguardando apenas Paulo Portas, com quem têm a esperança de negociar o poder na noite de 5 de Junho.
O PS, porém, para verdadeiramente "Defender Portugal", tem de apresentar-se ao eleitorado um pouco melhor do que aquele naipe de cartas marcadas que se viu. É confrangedor ouvir o argumentário socialista na boca de Edite Estrela ou de Almeida Santos, neste caso em verdadeira contramão com a sua reconhecida inteligência. Um e outro mostram como a toxicodependência do poder, essa droga doce, obriga a descer a um insuportável nível de estupidificação argumentativa. Chega para um comício mas não para defender Portugal."
domingo, 10 de abril de 2011
PS unido em torno de Sócrates
O congresso do PS está a acabar tendo mostrado um partido coeso na defesa do seu líder Sócrates sabendo bem que, perdendo as próximas eleições, irá demorar muitos anos até conseguir voltar ao poder.
Esta gentalha vai passar à história por ter dado cobertura às politicas incompetentes e erradas do imbecil que tomou conta do partido e que destruiu o País.
Vão ser as próximas gerações que se encarregarão de pedir responsabilidades aos socialistas.
O "Correio da Manhã" traz hoje três artigos de opinião sobre o congresso e a (i)responsabilidade de Sócrates na situação em que nos encontramos.
"Omo e o Congresso"
Por: Francisco Moita Flores
"Na verdade, tal como a senhora do anúncio, este congresso socialista lava mais branco
Um dos anúncios mais populares foi criado na década de setenta pelo detergente Omo. Uma senhora aparecia com uma toalha sujíssima, encenava que a ia lavar com detergente e, de repente, surgia com uma brancura imaculada. Por fim rematava com a frase: "Omo lava mais branco."
Estou convencido de que esta senhora foi ao congresso do Partido Socialista (PS). Pelo que ali se disse, ficou claro que o PS não teve responsabilidade na governação do país há mais de seis anos. Ficou clarinho que o PS não teve responsabilidade no aumento desenfreado de desemprego, que neste momento chega a setecentas mil almas, e que está imaculado no que respeita à duplicação da dívida pública que atirou Portugal para o ‘buraco negro’ onde nos encontramos.
Também é de uma alvura angélica no que respeita à existência do PEC 1, do PEC 2, do PEC 3 e do Orçamento de Estado que apertou o cinto dos portugueses até à rebelião. É claríssimo que o PEC 4 era o final do sacrifício, embora agora se perceba que teria de vir um PEC 5 e talvez um PEC 6. Ficou clarinho como a água que os socialistas são uns patriotas e os restantes partidos, que representam a maioria da população, são inimigos da Pátria. Porquê? Porque chumbaram o imaculado e virginal PEC 4.
Também ficou numa alvura celestial que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, jamais disse que seria necessária ajuda externa quando os juros da dívida pública ultrapassassem os sete por cento. E que, tendo-os ultrapassado há tanto tempo, sempre a subir, a subir, mesmo quando outros dirigentes socialistas já reclamavam a ajuda externa, a verdade é que ficou claro que tudo aconteceu nos últimos quinze dias por causa do chumbo do novo PEC 4. Resumindo, o poder do detergente limpou qualquer história dos últimos seis anos, das verdades de ontem que já não eram verdades hoje.
E, finalmente, em nome da Pátria, os socialistas chamaram o Fundo Monetário Internacional (FMI), sendo certo que os restantes partidos agora passaram de anti-patriotas a gente que só pensa na conquista do poder.
É clarinho que o Partido Socialista que está no poder, não pensa em cedê-lo aos outros. Não por causa da Pátria, mas por causa dos próprios socialistas. Está certo. Na verdade, e tal como a senhora do anúncio, este congresso socialista lava mais branco."
"Um partido a conta-gotas"
Por: Eduardo Dâmaso
"A dose foi administrada com todo o cuidado. Num PS carente de reencontro com a sua própria história, Sócrates distribuiu os afectos e as notícias a conta-gotas, com a devida ponderação e sempre com a sua voz, a sua imagem, as suas ideias, as suas lágrimas no centro.
Tudo isso lá estava quando cavou a trincheira contra o PSD, quando apresentou os generais, quando mostrou Ferro Rodrigues como arma secreta, quando foi incensado por António Costa, Assis e o resto do mundo como o grande líder. Tudo planeado sem mácula. Sócrates é um mestre na gestão de expectativas e de cenários. Ninguém sabe colocar-se no palco e dramatizar um discurso e uma estratégia como ele.
O PS sabe isso e devolveu-lhe o apreço, as lágrimas e os aplausos. Mas o PS soube, também, entrar, à sua maneira, no reverso da estratégia a conta-gotas e incluiu António José Seguro no ‘pacote’. Recebeu-o com afecto, já com o estatuto que se dá aos putativos líderes. Sócrates tem menos de dois meses para mostrar o que vale para evitar que alguém se sinta ‘chocado’ com o resultado do PS na noite de 5 de Junho."
"O notário"
Por: João Pereira Coutinho
"Pressinto uma certa repulsa com o congresso do PS: o tom histérico, a carneirada ululante, os delírios e as ‘inverdades’ disparados de rajada. Não contem comigo: se tudo aquilo fosse a sério, então sim, talvez fosse melhor fazer as malas e zarpar daqui.
Mas, para nosso eterno descanso, aquilo não é para levar a sério porque os enfermeiros já vêm a caminho: técnicos da Comissão Europeia, do BCE e do FMI, munidos com as injecções necessárias de austeridade e realismo. Sócrates promete combater as medidas ‘ultraliberais’ que põem em causa o ‘Estado Social’ que só existe na sua fantasia? Por mim, até podia dizer que era o Napoleão: ganhe quem ganhar no dia 5 de Junho, os portugueses já perceberam que não vão escolher um primeiro--ministro. Vão eleger um notário, obrigado a certificar todas as medidas ‘ultraliberais’ que Bruxelas nos enfiar pela goela abaixo.
Nestes seis anos de governo, Sócrates não levou apenas o país à ruína. Ele alienou, por muitos e bons anos, a nossa réstia de soberania. Daqui para a frente, os outros mandam – e o inquilino de S. Bento assina. Devemos-lhe, ao menos, isso."
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Serão todos estupidos?
O imbecil Sócrates é líder do partido socialista porque 26 mil, setecentos e treze filiados naquele partido o elegeram outra vez para o cargo.
É isto a democracia partidária?
Foi para isto que fizeram o 25 de Abril?
Sabendo o povo que Sócrates é o responsável pelo péssimo estado em que a nação se encontra, quem são estes socialistas que votam no energúmeno e que o querem ver de novo a (des)governar o País?
Serão todos estúpidos?
O mais provável é serem, na sua esmagadora maioria, os militantes do partido colocados nos muitos lugares da administração publica criados para satisfazer a clientela partidária.
Vereadores de Câmaras Municipais e de freguesias, administradores de empresas publicas nacionais, municipais, directores e sub-directores do que existe e do que não existe, consultores e assessores de tudo e mais alguma coisa, etc, etc, etc, ficámos a saber com esta votação que há 26 713 entachados dispostos a tudo para manter o tacho, nem que seja voltar a eleger um imbecil para liderar o partido.
Vem isto a propósito do congresso nacional do PS a decorrer em Matosinhos e em que o imbecil está a falar neste preciso momento.
O discurso não é novo e já enjoa.
"A culpa é do PSD e os portugueses não mereciam que lhes fizessem isto".
"Fizemos isto, aquilo e mais aqueloutro."
Para o imbecil e para os que o seguem, o facto de estarem a governar há seis longos anos, para não dizer já que Sócrates ocupa funções governativas desde 1995, é um dado que chutam para canto e assobiam para o lado, pois não tiveram qualquer responsabilidade no descalabro em que o País de encontra.
Antes do inicio do congresso ouviu-se João Soares dizer, em directo na tv, que está "muito orgulhoso" pela forma como Sócrates governou!
No discurso de abertura do congresso foi (o senil) Almeida Santos, novamente eleito presidente do partido, que fez um rasgado elogio a Sócrates e à sua governação.
Mas está tudo doido?
Esta gente não vê ou não quer ver?
Diz o ditado popular que o pior cego é o que não quer ver e parece ser este o caso da cambada socialeira, os tais 26 713 que o elegeram outra vez.
Sócrates é a prova provada que a democracia partidária é errada e não serve o País já que mostrou como um vigarista mentiroso e bem falante, imbecil, incompetente, sem educação, sem instrução, sem formação, sem vida profissional, sem preparação válida (já nem vale a pena dizer ... sem categoria), rodeando-se de um grupelho de gente pouco recomendável consegue chegar ao topo da hierarquia de um partido e, a partir dai, ficar a governar Portugal.
Ontem e anteontem foi a vez da RTP, Antena 1, Jornal de Noticias e Diário de Noticias divulgarem sondagens (por eles encomendada) indicando haver 33 por cento de intenções de voto no imbecil e no PS.
33 por cento? São doidos ou masoquistas?
A boa noticia é que sondagens são sondagens e, neste caso, os resultados divulgados são extrapolados a partir de, imagine-se, 1 288 (mil duzentos e oitenta e oito) inquéritos.
Mas as curiosidades da ficha técnica deste inquérito não se ficam por aqui já que indicam uma margem de erro de 2,7% e um nível de confiança de 95%.
Como? Tudo isto a partir de 1 288 inquéritos?
Dizem os peritos que a estatística é "uma batata". Se alguém come dois bifes e outro alguém não come nenhum, em média, cada um comeu um bife. Certo?
O que vale é que o povo saberá dar o devido pontapé no fundo das costas a esta gentalha.
Infelizmente não será, por enquanto, a varridela que todos os partidos merecem e que só o voto maciço em branco daria mas correr com a corja socialista sem duvida que é um bom principio!
quinta-feira, 7 de abril de 2011
O carrossel
Eis aqui uma grande surpresa, uma voz que nunca se pensou ouvir a falar contra o sistema de partidos.
Texto de Manuel maria Carrilho hoje publicado no "Diário de Noticias".
"Neste começo de pré- -campanha eleitoral, um traço se destaca: o da aguda irresponsabilidade política que atravessa o espectro político-partidário, que patina num exasperante charco do passa-culpas.
O País vê-se assim nas mãos de partidos virados para os seus umbigos e para os seus interesses de curto prazo, refém da lei que lhe reserva um intolerável exclusivo da representação política parlamentar. É vital acabar com este garrote que cada vez mais descredibiliza a nossa democracia.
O que temos visto é circo - sem a arte do circo: enquanto uns insistem propostas completamente ilusórias, outros casmurram nos mesmos erros e outros, ainda, agitam miragens de consensos futuros, tão amplos como, na verdade, improváveis. E tudo isto enquadrado, no topo, por uma obsessão pelo poder que há muito esqueceu o interesse nacional.
Viram-se assim as costas ao País, que - e neste paradoxo reside a maior esperança - ainda parece melhor do que a política. País que, convém percebê-lo, paga hoje bem caro a sua confortável demissão da vida colectiva, que atinge entre nós (ao contrário do que se passa em países com mais tradição democrática) proporções catastróficas. Aqui não há inocentes: a responsabilidade política só alastra porque é consentida, quando não estimulada, pela irresponsabilidade da própria sociedade.
É por isso que se fala do Estado como se ele não tivesse nada a ver connosco, do endividamento (público, empresarial ou privado) como se fosse sempre um problema dos outros, e da crise como se de um inesperado meteorito se tratasse. Por isso se ignoram quase completamente as lições do passado e se fala do futuro com se ele dependesse do euromilhões ou de alguma varinha mágica. E, assim sendo, não admira que tudo acabe por convergir na autoflagelação do presente, fórmula bem conhecida de catarse da irresponsabilidade."
Segue-se um texto sobre Sócrates de Fernando Sobral publicado no "Jornal de Negocios"
"10 milhões de danos colaterais"
"José Sócrates sabe tabuada como poucos.
Por isso tem a convicção absoluta de que "entre nós e o FMI há 10 milhões de portugueses".
Exagera um pouco.
Existem talvez uns milhares de portugueses nomeados pelo Governo para o Estado pelas suas provas dadas ao serviço do PS.
São o escudo humano do Governo contra o FMI.
Tudo farão para não ser removidos.
Os outros 10 milhões serão vítimas ou danos colaterais da sua alucinação.
Sócrates pode sonhar que há uma Muralha da China constituída por portugueses que darão o corpo contra o assalto das tropas do FMI, mas engana-se.
O único legado que deixa ao próximo Governo e aos portugueses é uma fotocópia da nota que o antigo secretário do Tesouro britânico de Gordon Brown deixou ao seu sucessor: "desculpe-me informá-lo de que não há dinheiro nenhum".
Ou seja, Sócrates deixa uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma, e ainda acha que tem tropas para uma nova marcha da Maria da Fonte?
O que Sócrates lega a Portugal é típico do jacobinismo revolucionário iletrado. Em 1789, os revolucionários acreditavam que a bancarrota libertaria o povo da opressão.
Na verdade, um ano antes, o grande medo era que a bancarrota causasse o caos político e abrisse as portas para o despotismo.
Foi o que aconteceu.
Por aqui foi diferente.
O despotismo alucinado de José Sócrates colocou o País à beira da ruína.
Criar inimigos externos sempre foi uma forma de os regimes autoritários se fortalecerem.
Numa democracia, esse método deveria ser substituído pela competência política e pela seriedade intelectual.
Mas Sócrates desconhece esses valores democráticos."
quarta-feira, 6 de abril de 2011
A partilha do poder
Por Baptista Bastos hoje publicado no "Diário de Noticias".
Um dos poucos que vê Cavaco Silva como ele realmente é!
"Coesão" e "verdade" são termos muito utilizados nos últimos discursos do dr. Cavaco. Não querem dizer nada e não se escoram em coisa alguma. O País está dividido, desenganado, irritado e furioso com aquilo que os políticos lhe têm feito; e a palavra "verdade" faz com que fuja espavorido. Todos mentem, com maior ou menos ração, e até o dr. Cavaco não está propriamente limpo do feio pecado. Acresce que os seus textos expõem uma mediocridade de forma e de conteúdo, uma sensaboria gelada que a ninguém empolgam.
O homem pode dizer o que quiser, que veio do povo, que ao povo pertence, mas não provoca nenhum sentimento de emotiva mobilização. Ele não sente, nunca sentiu, o impulso da insubmissão e da revolta. É um ser "institucionalizado." Os indivíduos ou os grupos agem e procedem a rebeliões específicas de conduta quando as ameaças que os cercam quase elaboram a alternativa de um contra-governo. As imponentes manifestações da "geração à rasca" são sintomas e indicações.
A maneira como temos sido conduzidos e governados, prolonga a ideia de que todo o poder encontra resistência, mais tarde ou mais cedo. E a alternância, sem alternativa, entre PS e PSD, obrigando à servidão monótona do voto, atinge a sufocação. Bem pode o dr. Cavaco suspirar pela "verdade" e aspirar à "coesão." Olhe-se e veja-se. No PS de Sócrates a intriga não chegou para amolgar os 93 por cento obtidos pelo mal-amado. Os socialistas estão cegos e arfantes? Não têm é outro "camarada" que substitua Sócrates, e Sócrates representa a garantia de que talvez se mude alguma coisa para permanecer tudo na mesma. E se, nas próximas eleições, o PS voltar a ganhar e a apostar, de novo, no seu secretário-geral?
O PSD de Passos Coelho é o labirinto de onde nunca ninguém soube sair. Continuam lá todos aqueles que, através das fórmulas mais paradoxais, e dos entrelaçamentos mais duvidosos, se foram governando sem pudor nem inquietação. A ausência da tal "verdade" tem sido uma constante naquele partido, exactamente porque foi ele um dos construtores e sustentáculos do "sistema". É, pois, a título de parceiro e de adversário que o PSD e o PS têm partilhado o poder e dividido as benesses e privilégios que lhes são afins. A "mentira" começa nesse embuste da "verdade" e o dr. Cavaco é um dos arquitectos desta estática.
Torna-se cada vez mais evidente que Passos Coelho (com quem pessoalmente simpatizo) não está à altura da situação. O apelo às coligações, feito por dirigentes políticos e por jornalistas e preopinantes estipendiados, enuncia, claramente, o problema e a enorme baralhada em que nos envolveram. Em que nos envolveram aqueles mesmos ou os seus directos descendentes. No entanto, talvez as coisas, desta vez, não sejam tão felizes para eles."
terça-feira, 5 de abril de 2011
Um país em forma de assim
Mais um texto de Manuel António Pina hoje publicado no "Jornal de Noticias":
"Um país em forma de assim"
"Num país de trafulhas que, se apanhados com a boca na botija (e a mão na massa) ainda passam por vítimas, a minha simpatia vai para o administrador dos CTT Marcos Batista, que pediu a suspensão do cargo "por razões pessoais" mal o jornal "i" descobriu que não é licenciado como declarou no currículo publicado em "Diário da República" aquando da nomeação.
Por pouco era uma atitude decente. Só que Batista não se demitiu nem apresentou voluntariamente na esquadra mais próxima. Apenas suspendeu o mandato, explicando que "sempre [esteve] convencido" que era licenciado. À bolonhesa mas, para todos os efeitos, licenciado, coisa de que o seu ex-sócio, o secretário de Estado Paulo Campos, que o nomeou, certamente também "sempre [esteve] convencido".
No país "em forma de assim" de Alexandre O'Neill, em que "o engenheiro, afinal, não era engenheiro/ e a rapariga ficou com uma engenhoca nos braços", para pagar a um pobre o que baste para completar 189,52 euros por mês, o Estado exige-lhe que preencha os modelos RSI 1/2010. RSI 1/1, RSI 1/2 e RV 1013 e que apresente BI, NIF, declaração médica, comprovativos de rendimentos, de bens móveis e imóveis, cadernetas prediais e declaração de autorização de acesso à informação bancária.
Já em lugares de nomeação política em empresas públicas como o do ex-sócio do secretário de Estado, paga 257 000 euros por ano sem sequer exigir um certificado de habilitações."
E. já agora, uma pequena noticia complementar do "Correio da Manhã", já esperada desde que o imbecil Sócrates apresentou a demissão.
"Governo nomeia militantes do PS
Governo demissionário nomeia militantes do Partido Socialista de norte a sul de Portugal."
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Os "Jotas" e o futuro do País
Por Camilo Lourenço, hoje publicado no "Jornal de Negócios".
"Por trás das manchetes que mostram um país à beira do abismo há muita a coisa a mudar.
Uma delas é a extraordinária resiliência das empresas que trabalham para os mercados externos. O seu sucesso resiste a fiscalidade elevada, legislação laboral obsoleta, burocracia, contribuições insuportáveis para à Segurança Social…
Parte desta revolução está ligada à passagem de testemunho: as novas gerações, melhor preparadas, ocupam cada vez mais lugares de destaque na gestão nas empresas. O fenómeno corre paredes meias com o que se passa na política: nos três partidos do Poder (mas também mais à esquerda) vêem-se mais jovens nos lugares cimeiros. O problema é que ao contrário do que está a acontecer nas empresas, onde se constata um notável salto na qualidade de decisão, na política acontece exactamente o contrário. Veja-se o miserável estado a que o País chegou…
Tome-se o exemplo dos três primeiros-ministros que tivemos desde 2002. Todos andaram pelas "Jotas" e todos chegaram ao Poder na casa dos quarenta: Durão Barroso (que frequentou as "Jotas" da extrema-esquerda), Santana Lopes (JSD) e, mais recentemente, José Sócrates (que até começou na JSD, tal como Portas). Fora o outro Jota que pode chegar ao Poder em Junho. E se aos primeiros-ministros juntarmos outros dirigentes em lugar de destaque, a coisa fica ainda mais feia…
Como explicar esta diferença entre a qualidade nas empresas e a falta dela nos partidos (e no Governo)? A política atrai cada vez menos gente de qualidade (as excepções são poucas). Para os lugares cimeiros e para as segundas linhas. Para um país com desafios tão difíceis pela frente, não podia haver maior motivo de preocupação."
camilolourenco@gmail.com
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Efeitos do FMI na Grécia
Outra informação de interesse que circula pela net:
"Efeitos do FMI na Grécia"
"Sector Público
* Corte do subsídio de férias e natal para todos os empregados públicos que ganhem mais de 3000€/mês brutos. Quem ganhar menos de 3000€ vai receber 250€ pela Páscoa, 250€ no Verão e 500€ no Natal;
* Reduzir os subsídios de 8 a 20% no sector público estado e 3% nas empresas públicas
* Uniformizar todos os salários pagos pelo estado;
* Congelar todos os salários do sector público até 2014.
Sector Privado
* Chegou-se a um acordo colectivo, assinado em 15 de Julho, pelo qual os empregados do sector privado na Grécia continuam a receber o seu salário anual em 14 pagamentos (chegou a ser sugerido passar para 12 pagamentos). Não houve aumentos em 2010 e prevê-se aumentos de 1.5 a 1.7% para 2011 e 2012 – muito abaixo da inflação actual que ronda os 5.6%.
* Imposição de um imposto aplicado uma única vez às empresas que tenham tido mais de 100 000€ de lucro em 2009:
o 100 000 a 300 000: 4%;
o 300 001 a 1 000 000: 6%;
o 1 000 001 a 5 000 000: 8%;
o Mais de 5 000 000: 10%.
· Alargar os limites pelos quais os empregadores podem despedir funcionários:
* Empresas com até 20 empregados: sem limite;
* Empresas com um número de empregados entre 20 e 150: até 6 despedimentos por mês;
* Empresas com mais de 150 empregados: até 5% dos efectivos ou 30 despedimentos por mês.
· Redução das indemnizações por despedimento, que também poderão ser pagas bimensalmente;
· Pessoas jovens, com menos de 21 anos podem ser contratadas durante um ano recebendo 80% do salário mínimo (592€). O pagamento da segurança social também será apenas de 80% e findo o ano de contrato têm direito a ingressar nos centros de emprego;
· Pessoas com idades entre os 15 e os 18 anos podem ser contratadas por 70% do salário mínimo, o que dá 518€;
· Os empregados considerados redundantes não podem contestar o despedimento a menos que o empregador concorde;
· Empregados pela primeira vez, com menos de 25 anos, podem ser pagos abaixo do salário mínimo;
· Pessoas que auto empregadas com OAEE (sistema de seguro para empresários em nome individual), que por qualquer motivo não tenham trabalho, são cobertos pelo seguro durante até dois anos desde que:
* Tenham trabalhado um mínimo de 600 dias, mais 120 por cada dia acima dos 30 anos até terem chegado aos 4500 dias ou 15 anos de trabalho;
* Não estejam segurados por um seguro do sector público.
· Liberalização das profissões ou sectores fechados (são aquelas profissões ou sectores que necessitam de autorizações do estado ou que estão altamente reguladas, tais como notários, farmácias, cirurgiões, etc). Esta medida não foi implementada dado que há processos a decorrer no Tribunal Europeio;
· Cancelar o segundo pagamento de pagamentos de solidariedade
· Aumentar as contribuições para a segurança social em 3%, tanto para empregados como empregadores.
Pensões/Reformas
Notar que a reforma do sistema de pensões já tinha sido discutida muito antes da entrada do FMI, mas nunca tinha sido implementada. A Grécia tem uma percentagem desproporcionada de população idosa, cerca de 2.6 milhões e uma população activa na ordem dos 4.4 milhões, isto para uma população total de 11.2 milhões. Isto obriga o estado a contrair empréstimos para puder efectuar os pagamentos mensais.
A 8 de Julho aprovou um conjunto de princípios depois de terem sido efectuadas mais de 50 emendas à lei. As medidas mais importantes foram:
* Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas que recebam mais de 2 500€/mês brutos. Aqueles que ganhem menos de 2500€ vão receber 200€ pela Páscoa, 200€ pelo Verão e 400€ no Natal;
* Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas com menos de 60 anos, excepto para aqueles que tenham o número mínimo de anos de contribuição, tenham menos dependentes ou estudantes com menos de 24 anos a viver na mesma casa;
* Todas as pensões congeladas até 2013;
* Calculo das pensões tendo em conta toda a carreira contributiva. Vai estar em vigor um sistema de transição até 2015;
* Passagem da idade de reforma no sector público e privado para os 65 anos;
* Ajustes da idade de reforma tendo em conta a esperança média de vida a partir de 2020;
* As pessoas podem-se reformar a partir dos 60 anos com penalizações de 6% por cada anos, ou aos 65 anos com pensão completa depois de 40 anos de serviço. A partir de 2015 ninguém abaixo dos 60 se poderá reformar;
* Os trabalhadores que tenham trabalhos de desgaste rápido podem reformar-se a partir dos 58 anos (antes era 55) a partir de 2011;
* Desconto para um fundo de solidariedade social (LAFKA), a ser feito pelos pensionistas que ganhem mais de 1400€, a partir de 1 de Agosto de 2010:
o 1401 a 1700: 3%;
o 1701 a 2300: 5%;
o 2301 a 2900: 7%;
o 2901 a 3200: 8%;
o 3201 a 3500: 9%;
o Mais de 3500: 10%.
· Aumento da idade de reforma para mães trabalhadoras:
* No sector privado: para 55 (era 50) em 2011, 60 em 2012 e 65 em 2013;
* No sector público: para 53 em 2011, 56 em 2012, 59 em 2013, 62 em 2014 e 65 em 2015;
* Com três filhos: 50 em 2011, 55 em 2012 e 60 em 2013.
· Retirada da pensão aos ex-empregados públicos que sejam apanhados a trabalhar e tenham menos de 55 anos; Corte em 70% se tiverem mais de 55 anos e se a pensão for mais de 850€/mês. A partir de 2011;
· Limitar a transferência de pensão de pais para filhos segundo critérios de idade e rendimento, o que inclui o pagamento de 26 000 a filhas divorciadas ou solteiras de empregados bancários e empregados públicos. Se os filhos podem receber duas destas transferências, apenas receberão uma delas, a maior, a partir de 2011;
· A pensão completa pode ser transferida para viúvas(os) se a data da morte ocorreu após cinco anos de casamento e o cônjuge vivo tem mais de 50 anos e se certos parâmetros de rendimentos são cumpridos. No entanto, durante os primeiros três anos após a morte os pagamentos serão retidos;
· Estabelecimento de uma pensão mínima garantida de 360€;
· As pensões não devem exceder 65% do rendimento auferido enquanto se trabalhava (anteriormente este número podia chegar aos 96% baseado nos últimos anos de trabalho e nos mais bem pagos);
· Os que não pagaram segurança social podem receber a pensão mínima desde que tenham mais de 65 anos, não tenham rendimentos e que vivam há mais de 15 anos na Grécia;
· Fusão dos 13 fundos de pensão Gregos até 2018. Os fundos dos trabalhadores por conta de outrem, agricultores, empresários em nome individual e trabalhadores do sector público, serão integrados na segurança social até 2013;
· Reduzir o número de fundos que servem os advogados, engenheiros, jornalistas e médicos;
· Reforma completa das condições de reforma dos militares e forças de segurança o que inclui aumentar a idade de reforma e a remoção de bónus especiais;
Impostos
* IVA: todas as taxas de IVA foram aumentadas 10%: 5 para 5.5%, 10% para 11% e 21 pra 23%;
* Imposto sobre tabaco, bebidas alcoólicas e combustíveis: imposto adicional de 10%;
* Imposto em automóveis de luxo (novos e usados): 10 a 40% baseado no valor em novo e no valor de mercado;
* Publicidade na TV: toda a publicidade na TV está sujeita a um imposto de 20% a partir de 2013;
* Imposto especial de 1% para aqueles que tenham um rendimento líquido de 100 000€ ou mais. "
Porque silenciam a ISLÂNDIA?
Pelo seu grande interesse aqui se transcreve um texto que anda a circular pela net escrito por Francisco Gouveia, Eng.º .
"Porque silenciam a ISLÂNDIA?
(Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna - pública e privada com incidência no sector bancário - e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra.
Sócrates foi dizer à Sra. Merkle - a chanceler do Euro - que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.
Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.
Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.
A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas "macaquices" bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria.
Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal "ajuda" ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para "tapar" o buraco do principal Banco islandês.
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.
Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.
Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.
Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.
Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não "estragar" os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.
Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.
O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.
Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo."
Por Francisco Gouveia, Eng.º
gouveiafrancisco@hotmail.com