DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A hora das grandes opções

Mais uma excelente análise de Baptista Bastos hoje publicada no "Jornal de Negócios".

"A hora das grandes opções"

"A abstenção do PSD na votação do Orçamento foi salvadora para quem e para quê?
Com rigor não consigo descortinar. O documento é muito mau, diz quem o leu e entendeu. Se assim é, e tudo indica que é pior do que se conhece, o PSD permitiu a sua aprovação para salvar a pátria da bancarrota. Não é nada disso. O Orçamento passou porque interessa aos que exigiram a despersonalização do poder, que passasse. As forças que estão por detrás de todo este imbróglio, são as mesmas que provocaram e determinaram a crise financeira. Jerome Kasnher perguntava: "A crise financeira prejudicou quem?" Kasnher, professor de economia e antigo conselheiro de Kennedy, esclarecia que o capital não está interessado na emancipação das nações e dos povos, e que o enfraquecimento da esperança e da credibilidade favorecia os que, na sombra e no silêncio da intriga, contrariavam a legalidade racional da própria economia.

Se o PSD, apesar dos inimigos internos de Passos Coelho, perdeu a face, o PS perdeu toda e qualquer dignidade. Perguntamo-nos, com enfastiada apreensão, se o Partido Socialista merece sobreviver como tal e enquanto tal. Guterres havia transportado consigo a água benta das suas íntimas convicções. Nada tinha a ver com socialismo. José Sócrates procedia da Juventude Social-Democrata. Ficou sempre com o sotaque. Os anos de confronto com as forças mais vivas e produtivas do País marcaram a sua condição de "homem sem qualidades." Reinjectou, no quotidiano, as teses mais violentas da Direita, tripudiou sobre o próprio conceito de socialismo e calou aqueles, poucos, recalcitrantes que, no partido, ainda murmuravam as suas objurgatórias. O PS não existe. E é bom que tomemos bem nota desta evidência.

Passos, por alta responsabilidade de Sócrates, via ascender ao poder. E não assim por muito tempo. Quanto a Sócrates, pessoalmente aguardo a notícia das funções que vai desempenhar, logo-assim que seja despedido. Pedro Passos Coelho, simpático e bem-educado, não é solução política para coisa nenhuma. Ao deixar seguir o Orçamento, somente abriu o processo de continuar a acção predadora, e desculpar-se aos contemporâneos: "A culpa foi do outro."

Vamos sobrevivendo neste absurdo universo de compromissos muito pouco morais. O dr. Cavaco, sempre ele!, enviou uma mensagem lacónica e triste, criticando a linguagem utilizada no Parlamento. O dr. Cavaco estava um pouco sobressaltado e, até, levemente ruborizado. Fui ver. Afinal, os termos de que os parlamentares se serviram era vivo mas não indecoroso; era categórico mas não obsceno. O tipo de expressões que se usa em todos os parlamentos do mundo. Que raio de homem é este que nos coube em lotaria!

Na sua habitual crónica no "Diário Económico", em que o sarcasmo habita com uma melancólica sabedoria, João Paulo Guerra, grande jornalista, escreveu: "O PS vai conseguir dar à Direita o que Sá Carneiro não conseguiu: uma maioria, um governo, um presidente." José Sócrates obteve esta façanha, que configura uma grave traição: colocou o PS a pão e laranjas (metafórica e literalmente), e pôs o País de pantanas. Não sei o que os socialistas (ainda há alguns no PS, poucos, mas há-os, amiúde disfarçados) pensam deste abandono político e desta descrença emocional. Já nada pode salvar o PS da desabada. O senhor que se segue não é para graças. E, com respeito a obstinação, entre Sócrates e Passos venha o diabo e escolha.

Estamos, pois, metidos numa camisa de onze varas. Propõem-nos, sem remissão, que não há escolha, e que as coisas, historicamente, são o que são. Não é assim. Não estamos condenados a aceitar este rotativismo doentio, esta alternância sem grandeza nem decência. O que se nos apresenta, com a fatalidade do inevitável, é a servidão, mascarada de democracia. Não vivemos em democracia plena. Vivemos numa mascarada de democracia ou, se desejarmos amenizar, numa democracia de superfície - como tenho escrito e repetido. Estaremos definitivamente condenados à submissão, e a julgarmo-nos senhores dos nossos destinos, apenas porque, periodicamente, votamos? Votamos em quem? Nesta gente poluída, indigna?, que pretende fazer de nós o que bem entender. Deixo-lhes a pergunta."

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