DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Portugal para totós

Os jornalistas e comentadores que escrevem nos jornais parecem ter finalmente descoberto que os partidos políticos são responsáveis pela má situação em que o país se encontra. Catarina Carvalho, jornalista, publica hoje no "Jornal de Noticias" um texto a este respeito.

"Portugal para totós"

"No outro dia, um amigo estrangeiro de um amigo meu sugeriu um livro que falta no panorama editorial: "Portugal for dummies". Traduzo: "Portugal para totós". Um título mais naquela colecção de livros técnicos de capa amarela que explicam coisas complexas. Na verdade, o título é enganador. Portugal tem tantas idiossincrasias que nem mesmo os mais inteligentes e cultos politólogos o entendem. Experimentem explicar, por exemplo, a um americano, o sistema semipresidencial português. Quais as funções do presidente da República? Árbitro? Moderador? E que poder tem, de facto? Difícil, não? Daí, a ideia do livro, que faria jeito, aposto, mesmo a quem nos conhece bem. Por exemplo, nós próprios.

O momento presente seria ideal para a publicação de um livro destes. Ideal para exemplos vividos e recentes. Toda a gente de bom senso já percebeu que o actual momento político-económico é tão difícil que precisa de uma maioria governativa, e, no actual cenário, de uma coligação onde os interesses do país estejam à frente de todos os outros. Apesar dessa clarividência - expressa desta vez por Luís Amado, este fim-de-semana, em entrevista ao "Expresso" - nenhum dos partidos do arco governamental aceita dar esse passo. Ah, e tal, o PSD está à espera de ganhar as próximas eleições, e o PS não pode dar parte de fraco... e vai atirando as responsabilidades para o lado... Pois, tudo isso é muito bonito como joguinho político, se não estivesse a empenhar o nosso futuro como país.

Um livro como o "Portugal for Dummies" podia explicar, precisamente, por que é que as coligações são corriqueiras, por exemplo, na Alemanha e na Inglaterra, e em Portugal parecem impossíveis. A explicação passaria certamente por algo bem pouco nobre: os partidos têm como fundo de comércio os lugares, funções e dependências do Estado que obtêm quando chegam ao poder, para distribuir pelas suas bases. Sendo assim, o único objectivo de um partido português é... ganhar eleições. De preferência, sozinho.

Tudo isto funciona bem em duas circunstâncias: quando os tempos são de vacas gordas ou quando há maiorias. O pior problema é quando há minorias em tempos de vacas magras. Aí, os governos ficam maus. Ou de mãos atadas porque não conseguem fazer passar medidas, ou eleitoralistas - se bem que esta é uma tendência de todos os governos, mesmo os de maioria, porque quando as têm já sabem que as perdem com medidas difíceis, daí estarem sempre a pensar nas próximas eleições.

E, como o sistema português não obriga a maiorias, nem as forma automaticamente, o que acontece é que ... andamos sempre nisto. Com um olho no burro e outro no cigano, para explicar bem a situação a verdadeiros totós. Totós que somos nós todos: temos um sistema político que nos prejudica, a nós, que o inventámos e que através dele nos regulamos. E nada fazemos para o mudar.

Portugal precisa, portanto, de um "Portugal para totós". A falta desse livro deve explicar, em parte, o facto de as agências internacionais de rating continuarem a dar-nos na cabeça, mesmo depois de haver um acordo orçamental entre os dois maiores partidos portugueses, e de o Orçamento propor cortes e mais cortes e nenhum deles convencer quem nos avalia os nossos empréstimos. Outra hipótese é terem-no percebido bem de mais: que os dois partidos, PS e PSD, são, afinal, duas faces da mesma moeda. E que muito pouco vai mudar enquanto continuarmos neste jogo de roda bota fora."

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