DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Os medos que o Governo já demonstra

Um texto oportuno de Baptista Bastos hoje publicado no "Jornal de Negócios".

"O dr. Cavaco diz que a aplicação da austeridade atingiu o limite. O dr. Miguel Relvas diz que o Governo está muito incomodado com as preocupações dos portugueses. O desassossego destas duas figuras, afirmado em declarações proferidas no mesmo dia e quase à mesma hora, dá que pensar. Eles falam como se nada tivessem a ver com o que ocorre em seu derredor. Pior: como se fossem outros os responsáveis por este infortúnio. É verdade que o dr. Passos Coelho já começou a atribuir culpas aos socialistas que o antecederam. Ignorando a promessa feita de que jamais responsabilizaria o Executivo anterior pelas nossas atribulações. Mas obliterar decisões que aqueles dois cavalheiros tomaram, em devido tempo, é imoral.

A usurpação da verdade parece fazer parte da prática política. Ninguém, até agora, assumiu que as mágoas da pátria lhes são devidas. O cortejo de inépcias, incapacidades, incompetências é longo. E, apesar de haver jornalistas e comentadores estipendiados, empenhados em apagar os autênticos crimes cometidos por membros dos vários Executivos. A democracia portuguesa nasceu torta. Os primeiros que a orientaram procuraram ser justos e virtuosos. E foram-no, apesar de inexperientes e jovens. Porém, as coisas do poder e o malabarismo dos interesses teve mais força do que a qualidade dos que ambicionavam um Portugal progressista e digno de quem o habita.

Ouve-se o dr. Cavaco e o dr. Relvas, como se ouvem outros, e ficamos perplexos e ofendidos. Eles julgam que nós não sabemos o que têm feito? Gente como Eanes, Sampaio e o próprio Soares não se repete. Todos eles possuíam defeitos e praticaram erros desconformes, mas nada que se compare com estes sujeitos de agora. Eanes, goste-se ou não, e eu gosto dele, tinha e mantém a compostura de um aristocrata de província, que defende o compromisso com a honra, e não sai dali. Sampaio e Soares são homens cultos, criticáveis por desacertos e pecados, mas alimentavam ideias ideológicas e continham em si a marca d'água que define o político. Os que se seguiram, é uma desgraça intelectual, moral e política, para não adicionar outras à lista.

De súbito, declarações mais veementes do dr. Cavaco, sobre o Governo, o País, a Europa, sobressaltaram a calmaria rotineira dos nossos comentadores do óbvio. A aparente rudeza do dr. Cavaco mereceu desvios de análise. A verdade é que o que ele disse não passa de palavras. Fogo de artifício. A partir desta evidência é que se deveria proceder a análises e reflexões.

Se o dr. Cavaco desejasse alterar este estado de coisas, não promulgaria as leis que nos afligem e atormentam. Não esqueçamos de que ele pertence à mesma área ideológica e cometeu idênticos prejuízos sociais. A "situação de emergência", de que tão falada pelos membros deste Governo, não é de hoje. Se vistoriarmos bem acontecimentos progressos, verificaremos, por exemplo, que o dr. Cavaco não sai imune desta trapalhada. Pode sair impune; mas imune é que não.

O dr. Cavaco percebeu, ou alguém lhe disse, que era de mais permanecer no estado de dubiedade que tem caracterizado o seu mandato. Raramente fez ouvir o seu protesto, a sua indignação, a não ser no discurso de posse, no qual enxovalhou Sócrates. Este, que devia ter pedido imediatamente a demissão, limitou-se a uns balbucios mal amanhados. E o dr. Cavaco saiu dali engrandecido, se é que esta palavra se lhe pode aplicar em qualquer circunstância.

O desalento e a indignação alastram. A "coesão social", que emerge do discurso do dr. Cavaco, é uma dissimulação. Toda a gente vê que começa a ser impossível travar o protesto generalizado, e os exemplos de Espanha, são contagiosos. Os apelos à calma, na sequência dos acontecimentos dramáticos na Grécia, são sinais de amedrontamento. Há algo no ar que pode explicar essa tensão cada vez mais notória. Todavia, não se pode tapar o sol com a peneira, e os confrontos estão, apenas, apaziguados. Mas não desaparecerem. Sem que o Governo faça alguma coisa para tranquilizar as pessoas. Adivinham-se e adivinham-se ocorrências muito graves."

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