DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

domingo, 20 de maio de 2012

Obviamente

Texto de Pedro Marques Lopes hoje publicado no "Diário de Noticias"

"Segundo a Direcção Editorial e o Conselho de Redacção do Público, o ministro dos Assuntos Parlamentares, coordenador político e número dois do Governo, Miguel Relvas, ameaçou promover um blackout de todos os ministros ao jornal e divulgar dados da vida privada da jornalista Maria José Oliveira se uma determinada notícia viesse a ser publicada. Estas ameaças, sempre segundo os referidos órgãos, foram feitas através de dois telefonemas do ministro para a editora de política do jornal.
A acusação é tão grave, o possível atentado à liberdade de imprensa tão descarado, a alegada pressão tão infame, que não pode deixar ninguém indiferente - a propósito, espero serenamente pelos discursos sobre a asfixia democrática e pelas manifestações na Assembleia da República sobre liberdade de expressão. É que das duas, uma: ou a jornalista mentiu e Miguel Relvas nunca fez as ameaças, ou o ministro fê-las e temos de concluir que estamos perante alguém que não respeita os mais básicos valores democráticos e que não só não tem condições para ser ministro como deve ser severamente punido.
Por muito que tente, não consigo encontrar razões para que a editora do Público inventasse esta história. Mais: acho perfeitamente inverosímil que conseguisse conven- cer todos os membros do Conselho de Redacção e a Direcção Editorial do jornal de uma possível fantasia. Não será também despropositado referir a impecável reputação da jornalista em causa.
Vamos então dar como válida a versão que diz que o ministro pressionou mesmo a jornalista para evitar que a notícia saísse.
Pressionar um jornalista dizendo-lhe que não deve publicar uma notícia porque não corresponde à verdade, elevando a voz, dizendo que nunca mais lhe fará declarações ou que fará até queixa dele ao director ou ao dono do meio de comunicação social, é uma coisa. Outra, é o ministro que coordena politicamente um Governo dizer que vai impedir os outros ministros de dar informações a um jornalista. Além de passar um atestado de menoridade aos seus colegas, está a bloquear o acesso à informação a um órgão de comunicação que tem como primeira obrigação informar os cidadãos. Em qualquer democracia madura, um membro do Governo que o fizesse, nem era preciso ser uma figura muito relevante, não ficaria nem mais um minuto no seu cargo. Verdadeiramente criminoso é ameaçar alguém de que irá pôr a circular assuntos da esfera privada dum jornalista se este publicar uma notícia. É que isto tem um nome: chama-se chantagem. Nem vale a pena discorrer sobre as características de personalidade duma pessoa que possa ter feito este género de ameaças, nem sobre a possibilidade de alguém que tenha tido este tipo de comportamento ser ministro, nem sobre o possível sentimento de impunidade que tudo isto revela.
Levantam-se outras questões também de imensa gravidade. A ser verdade o que a jornalista do Público revelou, como diabo sabe o ministro da vida privada de Maria José Oliveira? Quem lhe passou essas informações? De quantas pessoas terá o ministro conhecimento das suas vidas privadas? Para que quer essas informações? Provavelmente, não temos só uma conduta ilegal que será a de revelar a vida íntima da jornalista se ela não fizer o que lhe pedem, mas muitas mais.
O ministro Relvas, na noite de sexta-feira, veio negar todas as acusações, afirmando não terem fundamento. Reservando até o direito que, logicamente o assiste, de accionar todos os meios legais para a salvaguarda da sua honra e do seu bom nome. Mas, para complicar esta história toda, a Direcção do Público, também em comunicado, diz que o ministro telefonou à directora pedindo desculpa pelo sucedido. Em que ficamos? Então se não ameaçou ninguém, para que pede desculpa? Será que também vai negar ter telefonado à directora?
Miguel Relvas tem direito à presunção de inocência, nem seria necessário referi-lo. O primeiro-ministro também tem o direito de acreditar na palavra do seu número dois e pensar que os jornalistas do Público ou estão enganados ou estão a mentir. O que não pode é olhar para o lado e fingir que não se passou nada. Não há outro modo de pôr a questão: ou o primeiro-ministro tem como seu homem de confiança alguém que despreza a liberdade de imprensa, o papel da comunicação social numa democracia e faz as mais iníquas ameaças a jornalistas, ou há um conjunto de jornalistas que em vez de informarem os cidadãos resolveram conspirar contra um ministro, repito, sem que se conheçam as razões porque o fizeram. Se acreditar que o ministro dos Assuntos Parlamentares fez de facto aquilo de que o acusam, só tem uma atitude possível: demitir Miguel Relvas, obviamente."

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