Texto de Tiago Mesquita, publicado no seu blogue "100 reféns" no "Expresso"
"O ano que agora está a terminar foi, talvez, o mais
difícil de que tenho memória, desde 1974." A frase é do
primeiro-ministro, foi proferida no dia 21 de Dezembro de 2012 em plena
AR. "Este não foi o Natal que merecíamos", escreveu na sua página do
Facebook dias depois, antes de rematar com um "Festas Felizes" - desejo
seu e "da Laura". Já na habitual mensagem de Natal, Passos Coelho
saiu-se com enigmas: "todos beneficiarão das novas oportunidades" que
serão criadas "nos próximos anos".
Explique-me, senhor primeiro-ministro, porque ou não
entendi o discurso de Vexa, ou não estou realmente a vislumbrar as
oportunidades de que fala. Admito que o erro seja meu, devo estar com
certeza a leste do paraíso e daí não estar a conseguir acompanhar o
alcance das fantásticas medidas lançadas pelo seu governo, que
aparentemente vão gerar um sem numero de oportunidades, e que irão
beneficiar todos, segundo afirma. Explique-me, por favor, para que não
seja injusto, já que neste momento apenas pergunto em que mundo o senhor
habita, de que país ou realidades fala. Afinal de contas, em que
planeta está alojado o seu governo?
Ora bem, se o ano de 2012 foi, segundo diz, "o mais difícil desde 1974" e sabendo nós que em 2013 vamos ter aumentos da luz, do gás, dos transportes, das portagens, dos telefones, do tabaco, dos impostos, da Segurança Social, sabendo ainda que o custo de vida vai disparar em flecha, que os salários e as pensões vão diminuir, que a recessão vai continuar, que o desemprego vai galopar e que milhares de falências estão previstas,
gerando problemas sociais que nos farão regredir décadas, ora se tudo
isto é REAL, está e vai acontecer, de que raio de oportunidades fala
afinal Vexa? O ANO DE 2013 VAI SER MELHOR? Sim ou não? Se sim, como? De
que forma? Vamos assaltar um banco? Não foi já assaltado o BPN?
Se aumenta tudo, e quando digo tudo estou a falar de ABSOLUTAMENTE TUDO, não seria altura destes aumentos transversais serem acompanhados por um aumento generalizado de vergonha na cara de quem nos ilude desde o primeiro dia em que pensou formar governo? Chega de MENTIRAS.
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