"O dito relatório do FMI é pura perfídia. Está eivado de dados incorretos e falhas técnicas. Depois, passa ao lado do nosso ponto de partida, do contexto europeu e da crise internacional. Afinal, o mundo acabou? Terceiro, ignora o impacto das medidas.
O Estado Social é redistributivo e produtivo. Matá-lo
é matar a coesão e o crescimento do país. Mais. O Estado tem outras
despesas que não as sociais. A sofreguidão de só aí cortar, enquanto
continua a jorrar dinheiro para os bancos ou para as maiores fortunas
que multiplicaram os seus lucros em 2012, e uns dias depois de vigorar o
novo orçamento, prova que não há limites para os sacrifícios. A
austeridade é um poço sem fundo.
Por fim, este
relatório é o programa do governo. A vontade de exterminar o Estado
Social há muito que é afagada por Passos. Dizer que se trata de um
documento dos estagiários do FMI, género crónica juvenil de uns dias em
Lisboa, é governar à socapa para impor programas para os quais não se
foi mandatado. O executivo quer passar a sua ideologia fanática pela
porta do cavalo e, assim, a única porta que lhe resta é a da rua. E
depressa."
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