DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Brincar aos pobrezinhos

Uma interessante análise de Nuno Ramos de Almeida, Editor-executivo, hoje publicada no jornal "i"./>

O governo garante que a economia está muito melhor e no sapatinho tem algumas prendas: 4,7 mil milhões de cortes nas despesas do Estado e a diminuição do IRC 
Cristina Espírito Santo, filha de um administrador do BES, confessou, na Revista do "Expresso", que gosta de ir para a herdade da família na Comporta porque é como "brincar aos pobrezinhos".

Infelizmente, a maioria da população portuguesa está condenada a brincar aos pobrezinhos todos os dias. E o governo cada vez nos dá mais coisas para ficarmos imersos no jogo. Nos últimos dois anos, 210 mil dos portugueses mais jovens e preparados foram forçados a sair do país, para fugir a este desafio obrigatório para quem não é familiar de milionário.

Há uns anos, o multimilionário Warren Buffett manifestou-se contra uma sociedade em que os ricos têm a vida resolvida e os pobres a vida condenada. Para Buffet, o direito de herança que faz dos filhos dos ricos ricos e dos pobres pobres significa querer ganhar os Jogos Olímpicos de amanhã com os descendentes da equipa dos jogos de há 40 anos.

Os mecanismos existentes para permitir uma política que contrarie esta situação e dê uma maior igualdade de oportunidades na sociedade passa por uma política fiscal justa que permita a redistribuição de rendimentos e a existência de um Estado social que tenha a educação e a saúde como direitos universais.

Acontece que as políticas neoliberais nos Estados Unidos e as contidas no Memorando da troika fazem da desigualdade fiscal e da destruição do Estado social os seus principais pilares.
Talvez por isso, Warren Buffett assumiu, numa entrevista a CNN, que "há guerra de classes, com certeza, mas é a minha classe, a classe rica, que está a fazer a guerra, e estamos a ganhá-la". Recordou ainda que só paga 17% de impostos, enquanto os seus empregados pagam 33% ou 41%.

A crise tem sido uma verdadeira máquina de guerra a promover o aumento das desigualdades em Portugal e no resto do mundo desenvolvido. No início dos planos da troika calculava-se que - embora a responsabilidade do desastre económico estivesse ligado a um modelo de desregulamentação financeira, a multiplicação de negócios ruinosos com parcerias público-privadas e swaps e à criação de uma moeda única que privilegiou a Alemanha - em cada dez euros retirados para pagar a crise, mais de oito vinham directamente dos bolsos dos trabalhadores por conta de outrem e dos reformados. Esse estudo divulgado pelo "Público" revelava que menos de um euro, desses dez, era pago pelas grandes empresas e pelo capital financeiro.

Como se provou pela situação actual esta política destruiu o emprego e a economia. O que propõe neste momento o governo? Diminuir os impostos das empresas e continuar a fazer suportar a crise apenas por quem trabalha. Afirmam que este choque fiscal vai promover o emprego, quando na prática só é possível gerar empregos se os portugueses tiverem dinheiro para gastar. A esmagadora maioria das nossas empresas trabalha para o mercado interno, e se os trabalhadores continuarem a ter de pagar directamente a crise, essas empresas não vão sobreviver.

Acresce que os cortes previstos de 4,7 mil milhões de euros vão repercutir- -se como cortes nos salários dos trabalhadores. Se os transportes, a saúde, a educação e outros bens de primeira necessidade ficam mais caros, é como se nos tivessem cortado ainda mais os salários.

Aquilo que se está a fazer não é sanear as finanças públicas nem relançar a economia para a maioria das pessoas, mas garantir uma maior fatia na distribuição de rendimentos para uma minoria de privilegiados - aqueles que podem "brincar aos pobrezinhos" na Comporta
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"O capital tem horror à ausência de lucro; quando o capital fareja o lucro torna-se ousado. A 20% fica entusiasmado. A 50% é temerário, a 100% enlouquece à luz de todas as leis humanas e a 300% não recua perante nenhum crime" (Karl Marx, "O Capital").

A crise é uma máquina de guerra e o governo está-se nas tintas para as vítimas.

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