"Passos Coelho tem uma grave decisão para tomar. Remodela o Governo ou não?
Mesmo com a inesperada ajuda dos conselheiros do
Tribunal Constitucional, que, com a decisão de ontem, abrem a porta ao
confisco dos subsídios de Natal e de férias aos trabalhadores do sector
privado, Passos Coelho deveria remodelar. Em Setembro.
O problema é que ao desde cedo remodelável Álvaro Pereira se juntou nos últimos meses um inesperadamente ineficaz Vítor Gaspar.
Os
disparates destes dois relevantes membros do Executivo multiplicam-se
na mesma razão do envelhecimento acelerado de que Passos Coelho dá
mostras.
O caso de Gaspar é mais grave. Um
ministro da Economia, sabe-se, não tem vida fácil enquanto a crise
grassa pelo caminho da devastidão com centenas de milhares de empregos
queimados. Mas para a crise abrandar e depois ceder ao crescimento seria
necessário ter nas Finanças alguém que saiba fazer contas. Cálculos que
cruzam ciências exactas com sociais.
Gaspar
previu mais receita do que a realidade lhe traz e contou com menos
despesa vinda do mesmíssimo local: o país real. Esse espaço de gente
concreta com reacções previsíveis. Não para Gaspar. Este iluminado acha
que sobe impostos e, logo, a receita aumenta. E a retracção do consumo? E
a fuga generalizada ao IVA e socialmente aceite? Para quando o
incentivo fiscal ao trabalhador por conta de outrem que apresente
facturas?
Um bom ministro das Finanças teria
desenhado um cenário com menos receita e mais despesa do que projecções
pessimistas ditariam. Mas Gaspar não. Não há dinheiro? Há, sim senhor –
há dinheiro a mais do lado da despesa.
Se fosse
na caça, como é na macroeconomia, Vítor Gaspar apontaria às penas do
rabo de uma ave em voo. Como ministro das Finanças, Gaspar nem nas penas
do défice acertou.
A Gaspar faltam mais de mil e quinhentos milhões de euros para acertar nas contas deste pobre País.
E Passos Coelho acha isto admissível? Até quando?
Álvaro e Gaspar. Gaspar e Álvaro, só o estilo muda.
Irá Passos Coelho manter dois ministros incompetentes para fustigar mais e mais os pobres cidadãos?"
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