Texto de Armando Esteves Pereira, Diretor-Adjunto, hoje publicado no Correio da Manhã
"Na reunião de sexta-feira do Conselho de Ministros, viveram-se momentos de tensão.
Parece que Vítor Gaspar veio defender a velha fórmula
de cortar nas pensões dos reformados e nos salários da Função Pública,
enquanto outros ministros preferem uma restruturação do Estado. Os 4 mil
milhões que a troika exigia, mais a fatia que o chumbo do
Constitucional leva a substituir, provocam um quebra-cabeças na gestão
das contas do Estado. Mas, enquanto decorre este drama que
inevitavelmente vai prejudicar a qualidade de vida de dezenas de
milhares de pessoas, o País ficou sobressaltado com mais um crime de
colarinho branco nos swaps. E neste buraco Gaspar não tem culpa.
A
secretária de Estado veio dizer que conseguiu poupar 170 milhões no
buraco de três mil milhões dos contratos de swaps. São migalhas para a
dimensão do crime. Os subscritores destes contratos ruinosos têm
prestígio e poder. Assinaram contratos que pagam 20% de juros e ainda
não foram presos.
O desastre dos swaps, o BPN e
os buracos das PPP custam mais do dobro dos cortes exigidos ao Estado.
Ou seja, o défice deste país não é só financeiro, é de honestidade."
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