DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

sábado, 13 de abril de 2013

Diz que é uma espécie de remodelação

Texto de Nuno Saraiva hoje publicado no "Diário de Noticias"

"E ao sétimo dia, Passos descansou. Depois de uma semana inteirinha de originalidade, em que um ministro - braço direito do chefe - se arrastou, demissionário, pelos corredores da governação, eis que o primeiro-ministro tira da cartola, não um, mas dois ministros de currículo académico inquestionável. E, deste ponto de vista mesquinho, podemos dizer que esta é a suprema ironia para com o dr. Relvas.

Importa porém relevar deste ajustamento governamental algumas notas. Desde logo o facto de Pedro Passos Coelho ter reduzido o CDS à sua insignificância. Depois de mais de uma semana a ouvir altos dirigentes do partido de Paulo Portas a reclamarem em público uma remodelação profunda e a substituição do ministro da Economia, o primeiro-ministro ignorou a pressão, fez um remendo e manteve Álvaro Santos Pereira no Governo. Mesmo que nos custe a entender o que é que ainda prende Álvaro à mesa do orçamento, tal é o vazio de competências a que já foi sujeito. Mas, talvez mais cedo que tarde, Paulo Portas, que não tem memória curta, perca a paciência com as afrontas sucessivas e obrigue o primeiro-ministro a engolir a célebre declaração, deixada cair em entrevista à RTP - ainda como vingança da TSU-, de que o número dois do Governo era não o líder do CDS mas Vítor Gaspar.

Por outro lado, por mais justificações e desculpas esfarrapadas que possam arranjar-se, ficou à vista de toda a gente a dificuldade de Passos Coelho seduzir quem ainda esteja disposto a sacrificar-se, mesmo que em nome da pátria, e aceite integrar um governo cada vez mais parecido com o Titanic. É verdade que Luís Marques Guedes já era quase ministro e ninguém duvida da sua competência de tarimba feita desde os idos do cavaquismo. Ninguém questionará também a superior qualidade intelectual que Miguel Poiares Maduro acrescentará ao Governo. Mas o que estes nomes confirmam, somados aos dos novos secretários de Estado, Pedro Lomba e Cardoso da Costa, conhecidos cavaquistas, é que, de facto, a coligação governamental foi alargada ao Palácio de Belém e Cavaco Silva é mesmo, mais do que nunca, a "mão por detrás do arbusto".

Porém, e apesar das reservas públicas ao rumo das políticas governamentais e das críticas à atuação europeia na resposta à crise, o Presidente da República não teve, ou não quis ter, a força suficiente para fazer perceber ao primeiro-ministro que o maior e mais grave problema do Governo chama-se Vítor Gaspar. É certo que, por definição, os ministros das Finanças não são remodeláveis, sobretudo em contexto de emergência financeira como aquele que vivemos. Mas como pode alguém que não acerta uma previsão que seja, que faz dois Orçamentos feridos de inconstitucionalidade, que é responsável pela maior tragédia económica e social que o País alguma vez enfrentou, que com apenas dois meses de execução orçamental já teve de rever por duas vezes as metas do défice, continuar a ser apresentado como um joker e o grande fator de credibilização nacional?

Se dúvidas houvesse, o primeiro-ministro deixou claro que, apesar de a parede estar bem à frente dos nossos olhos, prefere continuar ideologicamente a acelerar a grande velocidade contra ela. É essa a única leitura possível do reforço de poder político de Vítor Gaspar no Governo, por oposição à cada vez menor influência e importância de Álvaro Santos Pereira.

Esta microrremodelação e as suas consequências são, aliás, coerentes com a comunicação ao País do dia 7 deste mês, em que Passos Coelho alegava, a propósito do chumbo do Tribunal Constitucional (TC) a quatro normas do Orçamento do Estado, que agora estava obrigado a explicar-se à troika. Ao que parece, o primeiro-ministro tem falado pouco com o seu novo ministro adjunto, ou teria percebido que, embora discordando do acórdão do TC, Miguel Poiares Maduro sugeria na sua página do Facebook, entre outras hipóteses, que a solução para Portugal passa, não pela subserviência e o servilismo com os credores, mas pela capacidade de impor a óbvia renegociação do memorando - acrescento eu, introduzindo medidas que estimulem o investimento e o crescimento económico - ou pela ameaça de incumprimento do dito programa de ajustamento.

Mas, pelos vistos, o chefe do Governo sente-se confortável no papel de diretor-geral da troika em Portugal e o ministro das Finanças orgulhoso da função, que exerce com garbo, de embaixador do BCE e da Alemanha em Lisboa. Tudo isto com a cumplicidade cada vez mais evidente do Presidente da República."

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