Esta foi uma semana recheada de acontecimentos politicos.
Na quarta-feira foi a tomada de posse de Cavaco Silva para o seu segundo mandato como presidente da Republica.
No seu discurso fez uma análise da grave situação económica e social do País pondo as culpas em Sócrates e no seu (des)governo socialista.
Curiosamente esqueceu-se de referir que, enquanto primeiro-ministro, fez muito do que agora diz estar mal, desde o esbanjar de fundos europeus até à nomeação de PSDs para cargos na administração e nas empresas publicas.
Cavaco falou e os comentadores do costume logo se apressaram a "analisar" as suas palavras, o que quis dizer, o que não disse, o que vai dizer a seguir, etc, etc, etc.
Cavaco foi eleito por menos de um quarto dos eleitores e não é a absurda lei eleitoral que faz dele o "presidente de todos os portugueses".
Desenganem-se os que esperam que Cavaco tome uma atitude e demita o governo.
A verdade é que Portugal corre o risco de ter de aguentar com Sócrates até ao fim de mandato em 2013 já que o PSD joga ao "toque e foge" com o PS.
Ora o governo não serve, ora tem todas as condições para governar.
Ora as politicas do governo são erradas ora está a trabalhar para reduzir o défice.
Quinta-feira discutiu-se no parlamento a moção de censura do bloco de esquerda ao governo.
Como o PSD e o CDS se abstiveram na votação a moção foi chumbada pelos votos dos socialistas.
Assim não vamos a lado nenhum.
Passos Coelho pode não ter coragem para assumir responsabilidades ou não o fazer por estar à espera que Sócrates caia de maduro e que o poder lhe caia no colo, de preferência com maioria absoluta.
É exactamente para não terem essa maioria que é necessário ir para eleições já.
De acordo com as sondagens o PSD teria apenas maioria relativa para formar governo o que seria benéfico para o País dadas as propostas para o programa eleitoral do partido que foram tornadas publicas na quinta-feira.
Privatização de hospitais e de escolas, privatização de empresas estatais que dão lucro como os CTT, a Ana, etc, e alteração da lei laboral para facilitar despedimentos.
As propostas apresentadas retratam uma visão liberal para a revitalização da economia, assente em eixos como uma significativa redução do peso do Estado e de uma política fiscal muito atractiva para grandes empresas.
Já o povo ... !
Chegamos então a sexta-feira para ouvir o ministro das finanças anunciar ainda mais medidas de austeridade, a começar pelo congelamento das pensões e pela aplicação de uma "contribuição especial" para as reformas acima de 1.500 euros.
Facto muito, mesmo muito curioso:
Angela Merkel, a chanceler alemã que manda na Europa apressou-se a elogiar as medidas enunciadas, assim como Durão Barroso também o fez.
Foi, realmente, uma semana em cheio.
Foi a semana em que o "passarão" falou e o povo português finalmente percebeu que está em maus lençóis com os políticos,
sexta-feira, 11 de março de 2011
O "passarão" falou
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