Texto de José Rodrigues, Editor Política/Economia, hoje publicado no "Correio da Manhã".
O número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) continua a aumentar, alcançando já 339 mil pessoas.
A notícia, surgida na semana finda, confirma o que todos sabemos: a pobreza extrema avança no País, numa escalada imparável ditada pela receita da austeridade, que torna ainda mais crucial a existência daquela prestação social, cada vez mais cerceada nos dias de hoje.
O aumento da pobreza não impediu o Governo de proceder a cortes no RSI, com o argumento a que sempre recorre para justificar todos os seus actos, que faz lembrar o daquele Partido Reformista referido por Eça em ‘Uma campanha alegre’, o qual, interrogado sobre as suas ideias para questões do trabalho, educação, jurisprudência, moral ou arte, respondia, invariavelmente: "Economias!"… A par dos cortes, ocorre uma campanha de ‘diabolização’ dos beneficiários da prestação, e há mesmo quem não tenha pejo em defender a eliminação de uma das grandes conquistas sociais. Há que lutar para a preservar, custe o que custar. Embora hoje não ofereça mais do que uma garantia ínfima de sobrevivência e seja cada vez mais incapaz de cumprir o objectivo de inserção contido no seu próprio nome…
Um aditamento de Manuel António Pina publicado no Jornal de Notícias:
"... É preciso que se saiba que os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham pouco mais de metade (55%) do que se ganha na zona euro, mas os nossos gestores recebem, em média:
- mais 32% do que os americanos;
- mais 22,5% do que os franceses;
- mais 55 % do que os finlandeses;
- mais 56,5% do que os suecos"
Com dados destes quem é que ainda pode defender a corja partidária que rouba e destrói o País?
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
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