"Fernando Ulrich exigiu a intervenção da troika quando o BPI tremeu. Depois, recebeu 1500 milhões de euros dos contribuintes para a sua recapitalização. Mais do que os capitais próprios do banco.
Se não os recebesse, não aguentava. Assim, aguentou
muito bem. O BPI passou de um prejuízo de 284 milhões de euros para um
lucro de 249 milhões. Foi este mesmo senhor Ulrich que, sobre mais
austeridade aplicada aos portugueses, disse "ai aguentam, aguentam".
Agora, para tentar explicar essa oração, acrescentou que se os
sem-abrigo aguentam, os portugueses também. Para o mês que vem, o
banqueiro deve declarar: Se as crianças do Burundi aguentam, porque é
que as de Portugal não hão de aguentar? Nada de pieguices. E nada de
esperar que os portugueses recebam um apoio semelhante ao oferecido ao
BPI.
Há quem se interrogue sobre como será
possível que seja este conjunto de escândalos BPI, BES, BCP, Banif, BPP e
BPN a elite financeira do país. Mas não tem mistério. Sempre foi assim.
A diferença é que antes o capital financeiro dizia o que o governo
fazia. Agora diz o que governo deve fazer. E assim os ultra ricos
passaram de apenas com-poder para também sem-pudor."
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