Texto de João Vieira Pereira hoje publicado na edição online do "Expresso".
PS. Este ano os encargos com as PPP quase que duplicam. No total o
Estado vai pagar 1646 milhões de euros com estes contratos. O aumento é
explicado pelas PPP rodoviárias que vão somar este ano 1166 milhões de
euros. São as estradas de Sócrates. Aquelas que ele lançou mas que
continua a dizer que estava era a poupar dinheiro. Este ano chegou a
conta.
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Assim não
Dizem que a noite é uma boa conselheira. Foi
com essa esperança que deixei para hoje uma primeira análise ao
Orçamento do Estado. Infelizmente hoje acordei com a mesma sensação que
este não é o orçamento possível, este é o orçamento da incompetência.
Não me canso de perguntar. Onde está a reforma do
Estado? Aquela anunciada como obrigatória por este Governo e entregue a
Paulo Portas para a fazer? Onde está o redesenho das funções do Estado, o
fecho de institutos, a reestruturação das empresas públicas? Eu
procurei, procurei e apenas encontrei um garrote. É como irmos ao médico
tratar uma grave doença do coração e sair de lá com uma perna amputada.
Este é o orçamento anti-Função Pública. Dos cortes
indiscriminados, da redução cega de prestações e dos novos aumentos de
contribuições e de mais impostos. Não existe uma estratégia apenas a
necessidade de cortar e cortar. O espelho da incompetência de um
Governo, de um vice-primeiro-ministro e no limite de um
primeiro-ministro.
O pior é que este orçamento até poderá servir para o
objetivo de Portugal conseguir voltar aos mercados. Porque reduz como
nunca a despesa do Estado e mostra que o Governo está empenhado em
conseguir. Mas não corrige nada. Assim que volte a haver dinheiro
repõem-se os cortes e tudo volta ao mesmo. Ao Estado ineficiente, gordo e
sem estratégia. A reforma do Estado que devia estar neste orçamento
resumiu-se a usar a Função Pública como saco de porrada do défice. Assim
não.
Etiquetas:
governo,
passos coelho,
Paulo Portas
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário