DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

sábado, 5 de outubro de 2013

O talentoso Dr. Portas

Texto de Nuno Saraiva hoje publicado no "Diário de Noticias"

A 29 de setembro, ainda a noite não ia alta, e já Paulo Portas ufanava com os resultados eleitorais do CDS. "É o penta", decretava, perante a subida de 500% do partido, no que a presidências de câmara diz respeito. Ou seja, o CDS passava a liderar, não uma mas cinco importantíssimas autarquias, no estimulante campeonato da "liga dos últimos". Isto apesar de ter perdido vinte mil votos em relação a 2009 e de ter registado cerca de metade da votação dos brancos e nulos.

Na mesma declaração, Paulo Portas não resistiu a surfar a vitória de Rui Moreira no Porto, revelando, mais uma vez a sua verdadeira natureza. Em mais um dispensável exercício de deslealdade absoluta para com o seu parceiro de coligação no Governo da República, não hesitou em afirmar que o partido "viu mais longe quem era o melhor candidato para a cidade", lembrando que pediu o voto em candidatos de "contas certas", e que quis "garantir que não havia um regresso às aventuras". O alvo era, naturalmente, o candidato bandeira do PSD, Luís Filipe Menezes.

Tal como Tom Ripley, a personagem criada por Patricia Highsmith no após-guerra, também o líder do CDS é frio e calculista a fazer política e mestre na arte de manipular, dissimular, disfarçar, enfim, iludir e faltar à verdade.

Tem sido assim ao longo da sua carreira política, e de forma mais evidente no decurso do último ano.
A 8 de janeiro de 2013, dizia sem se rir o então ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros em entrevista à SIC-Notícias: "Sou institucionalista. É com esta Constituição que tenho de viver", acrescentando ainda que a lei fundamental tem de ser cumprida dentro dos seus "limites normativos". É este o mesmo Paulo Portas que integra um Governo de uma maioria que já esbarrou por cinco vezes nos juízes do Tribunal Constitucional (TC) e que ameaça não ficar por aqui. Seja por causa do imoral novo cálculo retroativo das pensões da CGA, seja pela manutenção em 2014 de medidas que só passaram no TC porque tinham caráter extraordinário.

Mais tarde, a 5 de maio, o líder do CDS confessava--se "incomodado" com a notícia sobre o aumento da idade da reforma para os 67 anos. Que não havia consenso no Governo para uma medida dessa natureza, dizia, e que por isso "felizmente não será assim". Ainda as suas palavras não tinham arrefecido e já o primeiro-ministro, nesse mesmo mês, escrevia à troika garantindo a subida da idade de aposentação para... os 66 anos. Aos 67 nem pensar, vociferava o ministro Portas com irrevogável pose de Estado. Coisa bem diferente e até aceitável é falar de 66.

Já em junho, um mês antes da crise agora transformada pelos credores oficiais em "perturbação política", Portas dizia, através do porta-voz do seu partido, que era chegada a hora de "levantar a voz à troika". Daí a reclamar a flexibilização das metas - nunca cumpridas - do défice público para uns "realistas" 4,5% em 2014 foi um pequeno passo. Porém, o agora vice-primeiro-ministro, que ameaçava murros na mesa e falar grosso, meteu esta semana a viola no saco e revelou-se afinal impotente perante a intransigência da troika.

E nem sequer vale a pena recordar a demissão irrevogável de julho passado, do homem que a 16 de maio, a propósito da chamada TSU dos pensionistas - mas o pretexto podia ser qualquer outro -, afirmava "tenho uma palavra e não duas". Porque permanecer seria "um ato de dissimulação" que não era "politicamente sustentável" nem lhe era "pessoalmente exigível", ficava afinal no Governo,

E é assim o talentoso Dr. Portas, cuja palavra tem um rating mais negativo que o da República Portuguesa, quem agora nos garante a todos, outra vez sem se rir, que não haverá mais nenhum pacote de austeridade. Como se aquela que está anunciada não fosse já suficiente. E como se a gula dos credores não fosse infindável e os riscos constitucionais das medidas que estão por aplicar não fossem reais nem estas tivessem de ser substituídas por outras em caso de reprovação pelo Tribunal Constitucional.

Se não fosse trágica, toda esta encenação permanente seria ridícula. E bem se poderia dizer que se o ridículo matasse, nos anos que já leva de palco político, o Dr. Portas tem vivido muito acima das suas possibilidades. Isto é, além das sete vidas que seguramente já gastou, consome agora outras tantas à custa de um crédito que, sabe-se lá, se algum dia terá capacidade para pagar. 

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