Texto de Tiago Mesquita, publicado no seu blogue "100 reféns" no "Expresso"
O senhor Alexandre Soares dos Santos, presidente do grupo Jerónimo Martins, é, para além de gestor, um expert em assuntos relativos à arte de "mamar nas tetas do Estado" e um prestigiado pedagogo das manifestações de rua.
"Sou a favor de manifestações que tenham conteúdo.
Que no fim da passeata apresente alguma coisa. Não é com Grândolas
Vilas Morenas que a gente resolve nada" - defendeu, durante a apresentação dos resultados da empresa em 2012. Pois não, é a levantar vinte euros no multibanco de cada vez que queremos gastar vinte cêntimos no Pingo Doce. Isso sim, é luta.
Ninguém estava à espera que a Jerónimo Martins anunciasse os resultados líquidos de 360,4 milhões de euros
referentes a 2012 ao som de música de intervenção. Agora, seria
expectável, até aconselhável, num ano em que quase todos os portugueses
saíram a perder, que um (dos poucos) que saiu a ganhar - milionário -
tivesse algum decoro ao falar de assuntos que lhe passam ao lado.
Com lucros destes, muito português guardava os
vinis do Zeca Afonso no baú, pendurava a boina e ia viver para um
paraíso qualquer. Fiscal ou não. Daqueles em que a sede do banco é uma
cabana de colmo, o céu é azul, o mar é quentinho e onde até as palmeiras
sorriem.
Não satisfeito, Soares dos Santos decidiu dar mais um conselho aos pobres. Aparentemente,
também especialista em subsídios, provavelmente pelas muitas horas
passadas à porta da Segurança Social, afirmou o senhor que "andamos
sempre a mamar na teta do Estado". "Porquê, porquê?" - questionou
indignado, quase irado, como se alguém lhe estivesse a ir ao bolso.
Ora bem, a propósito de "passeatas" e de "mamar do Estado", recordo a Soares dos Santos as seguinte notícias:
"Soares dos Santos muda participação na Jerónimo
Martins para a Holanda - Os 56% que a família Soares dos Santos detém
na Jerónimo Martins, dona da marca Pingo Doce, passaram a ser
controlados indiretamente, através de uma sociedade com sede na Holanda. A operação deverá estar relacionada com o agravamento da tributação fiscal (...)". "Soares dos Santos garantiu que não tinham sido os impostos a levar a empresa para a Holanda.
Admitiu, contudo, que poderá ter vantagens fiscais no futuro devido a
esta alteração da holding que detém acções na Jerónimo Martins."
Expresso e Negócios Online
Infelizmente, hoje em dia, nem todas as famílias
podem tomar "opções". Continuam, em desespero, a ser ordenhadas pelo
Estado até o leite sair em pó. Enquanto isso, os de sempre, com as tetas
bem sedeadas na Holanda ou noutro país qualquer, para fugir à sede (e à
sede!) do Estado português, que assim não pode mamar o doce pingo delas
como desejaria, estão, a cada dia que passa, mais "afortunados" e,
principalmente, mais moralistas e hipócritas.
- See more at: http://expresso.sapo.pt/as-tetas-de-alexandre-soares-dos-santos=f790466#sthash.DwmjSiGL.dpuf"Sou a favor de manifestações que tenham conteúdo. Que no fim da passeata apresente alguma coisa. Não é com Grândolas Vilas Morenas que a gente resolve nada" - defendeu, durante a apresentação dos resultados da empresa em 2012. Pois não, é a levantar vinte euros no multibanco de cada vez que queremos gastar vinte cêntimos no Pingo Doce. Isso sim, é luta.
Ninguém estava à espera que a Jerónimo Martins anunciasse os resultados líquidos de 360,4 milhões de euros referentes a 2012 ao som de música de intervenção. Agora, seria expectável, até aconselhável, num ano em que quase todos os portugueses saíram a perder, que um (dos poucos) que saiu a ganhar - milionário - tivesse algum decoro ao falar de assuntos que lhe passam ao lado.
Com lucros destes, muito português guardava os vinis do Zeca Afonso no baú, pendurava a boina e ia viver para um paraíso qualquer. Fiscal ou não. Daqueles em que a sede do banco é uma cabana de colmo, o céu é azul, o mar é quentinho e onde até as palmeiras sorriem.
Não satisfeito, Soares dos Santos decidiu dar mais um conselho aos pobres. Aparentemente, também especialista em subsídios, provavelmente pelas muitas horas passadas à porta da Segurança Social, afirmou o senhor que "andamos sempre a mamar na teta do Estado". "Porquê, porquê?" - questionou indignado, quase irado, como se alguém lhe estivesse a ir ao bolso.
Ora bem, a propósito de "passeatas" e de "mamar do Estado", recordo a Soares dos Santos as seguinte notícias:
"Soares dos Santos muda participação na Jerónimo Martins para a Holanda - Os 56% que a família Soares dos Santos detém na Jerónimo Martins, dona da marca Pingo Doce, passaram a ser controlados indiretamente, através de uma sociedade com sede na Holanda. A operação deverá estar relacionada com o agravamento da tributação fiscal (...)". "Soares dos Santos garantiu que não tinham sido os impostos a levar a empresa para a Holanda. Admitiu, contudo, que poderá ter vantagens fiscais no futuro devido a esta alteração da holding que detém acções na Jerónimo Martins." Expresso e Negócios Online
Infelizmente, hoje em dia, nem todas as famílias podem tomar "opções". Continuam, em desespero, a ser ordenhadas pelo Estado até o leite sair em pó. Enquanto isso, os de sempre, com as tetas bem sedeadas na Holanda ou noutro país qualquer, para fugir à sede (e à sede!) do Estado português, que assim não pode mamar o doce pingo delas como desejaria, estão, a cada dia que passa, mais "afortunados" e, principalmente, mais moralistas e hipócritas."
O senhor Alexandre Soares dos Santos, presidente do grupo Jerónimo Martins, é, para além de gestor, um expert em assuntos relativos à arte de "mamar nas tetas do Estado" e um prestigiado pedagogo das manifestações de rua.
"Sou a favor de manifestações que tenham conteúdo.
Que no fim da passeata apresente alguma coisa. Não é com Grândolas
Vilas Morenas que a gente resolve nada" - defendeu, durante a apresentação dos resultados da empresa em 2012. Pois não, é a levantar vinte euros no multibanco de cada vez que queremos gastar vinte cêntimos no Pingo Doce. Isso sim, é luta.
Ninguém estava à espera que a Jerónimo Martins anunciasse os resultados líquidos de 360,4 milhões de euros
referentes a 2012 ao som de música de intervenção. Agora, seria
expectável, até aconselhável, num ano em que quase todos os portugueses
saíram a perder, que um (dos poucos) que saiu a ganhar - milionário -
tivesse algum decoro ao falar de assuntos que lhe passam ao lado.
Com lucros destes, muito português guardava os
vinis do Zeca Afonso no baú, pendurava a boina e ia viver para um
paraíso qualquer. Fiscal ou não. Daqueles em que a sede do banco é uma
cabana de colmo, o céu é azul, o mar é quentinho e onde até as palmeiras
sorriem.
Não satisfeito, Soares dos Santos decidiu dar mais um conselho aos pobres. Aparentemente,
também especialista em subsídios, provavelmente pelas muitas horas
passadas à porta da Segurança Social, afirmou o senhor que "andamos
sempre a mamar na teta do Estado". "Porquê, porquê?" - questionou
indignado, quase irado, como se alguém lhe estivesse a ir ao bolso.
Ora bem, a propósito de "passeatas" e de "mamar do Estado", recordo a Soares dos Santos as seguinte notícias:
"Soares dos Santos muda participação na Jerónimo
Martins para a Holanda - Os 56% que a família Soares dos Santos detém
na Jerónimo Martins, dona da marca Pingo Doce, passaram a ser
controlados indiretamente, através de uma sociedade com sede na Holanda. A operação deverá estar relacionada com o agravamento da tributação fiscal (...)". "Soares dos Santos garantiu que não tinham sido os impostos a levar a empresa para a Holanda.
Admitiu, contudo, que poderá ter vantagens fiscais no futuro devido a
esta alteração da holding que detém acções na Jerónimo Martins."
Expresso e Negócios Online
Infelizmente, hoje em dia, nem todas as famílias
podem tomar "opções". Continuam, em desespero, a ser ordenhadas pelo
Estado até o leite sair em pó. Enquanto isso, os de sempre, com as tetas
bem sedeadas na Holanda ou noutro país qualquer, para fugir à sede (e à
sede!) do Estado português, que assim não pode mamar o doce pingo delas
como desejaria, estão, a cada dia que passa, mais "afortunados" e,
principalmente, mais moralistas e hipócritas.
- See more at: http://expresso.sapo.pt/as-tetas-de-alexandre-soares-dos-santos=f790466#sthash.DwmjSiGL.dpuf
O senhor Alexandre Soares dos Santos, presidente do grupo Jerónimo Martins, é, para além de gestor, um expert em assuntos relativos à arte de "mamar nas tetas do Estado" e um prestigiado pedagogo das manifestações de rua.
"Sou a favor de manifestações que tenham conteúdo.
Que no fim da passeata apresente alguma coisa. Não é com Grândolas
Vilas Morenas que a gente resolve nada" - defendeu, durante a apresentação dos resultados da empresa em 2012. Pois não, é a levantar vinte euros no multibanco de cada vez que queremos gastar vinte cêntimos no Pingo Doce. Isso sim, é luta.
Ninguém estava à espera que a Jerónimo Martins anunciasse os resultados líquidos de 360,4 milhões de euros
referentes a 2012 ao som de música de intervenção. Agora, seria
expectável, até aconselhável, num ano em que quase todos os portugueses
saíram a perder, que um (dos poucos) que saiu a ganhar - milionário -
tivesse algum decoro ao falar de assuntos que lhe passam ao lado.
Com lucros destes, muito português guardava os
vinis do Zeca Afonso no baú, pendurava a boina e ia viver para um
paraíso qualquer. Fiscal ou não. Daqueles em que a sede do banco é uma
cabana de colmo, o céu é azul, o mar é quentinho e onde até as palmeiras
sorriem.
Não satisfeito, Soares dos Santos decidiu dar mais um conselho aos pobres. Aparentemente,
também especialista em subsídios, provavelmente pelas muitas horas
passadas à porta da Segurança Social, afirmou o senhor que "andamos
sempre a mamar na teta do Estado". "Porquê, porquê?" - questionou
indignado, quase irado, como se alguém lhe estivesse a ir ao bolso.
Ora bem, a propósito de "passeatas" e de "mamar do Estado", recordo a Soares dos Santos as seguinte notícias:
"Soares dos Santos muda participação na Jerónimo
Martins para a Holanda - Os 56% que a família Soares dos Santos detém
na Jerónimo Martins, dona da marca Pingo Doce, passaram a ser
controlados indiretamente, através de uma sociedade com sede na Holanda. A operação deverá estar relacionada com o agravamento da tributação fiscal (...)". "Soares dos Santos garantiu que não tinham sido os impostos a levar a empresa para a Holanda.
Admitiu, contudo, que poderá ter vantagens fiscais no futuro devido a
esta alteração da holding que detém acções na Jerónimo Martins."
Expresso e Negócios Online
Infelizmente, hoje em dia, nem todas as famílias
podem tomar "opções". Continuam, em desespero, a ser ordenhadas pelo
Estado até o leite sair em pó. Enquanto isso, os de sempre, com as tetas
bem sedeadas na Holanda ou noutro país qualquer, para fugir à sede (e à
sede!) do Estado português, que assim não pode mamar o doce pingo delas
como desejaria, estão, a cada dia que passa, mais "afortunados" e,
principalmente, mais moralistas e hipócritas.
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