"Gaspar já comparou o processo de ajustamento em curso provocado pelo resgate da troika a uma maratona. Agora, na sétima avaliação, o País está a sofrer a dor dos 30 quilómetros e com poucas energias para concluir a meta nos 42 mil metros.
O esforço está a provocar a erosão da riqueza e
enquanto o PIB baixa, a dívida aumenta. Os credores confiam que a
austeridade dê saúde financeira e melhoram as perspetivas de crédito,
mas a economia real continua em depressão com pouco crédito e, quando
ele existe, com preços incomportáveis. E o Estado deficitário, cada vez
mais endividado, agrava a saúde da economia e confisca o aforro dos
cidadãos. A receita dos credores é forçar mais cortes. Para a troika, os
primeiros visados são sempre os mesmos: os funcionários públicos e os
pensionistas.
O Governo resiste aos cortes de 3 a
3,5% nos salários da Função Pública acima de 1500 euros, porque os
efeitos desta medida seriam desastrosos a nível político e económico. Um
corte adicional nos rendimentos geraria uma ainda maior depressão do
consumo privado e geraria ainda mais desemprego.
Num
País em que cada vez mais gente ganha o salário mínimo, a discussão
académica sobre as virtudes de receber menos que 485 euros brutos para
aumentar o emprego chega a ser indecorosa."
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