DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

sábado, 2 de março de 2013

Da rua da amargura à avenida da liberdade

Texto de Joana Amaral Dias hoje publicado no "i" online

"Vou à manifestação porque recuso o cada um por si, a dispersão e a ruptura dos laços que nos tem arruinado, que é o princípio do fim e o pasto da barbárie

Foto do "i"
 Hoje vou à manifestação porque não tenho nada melhor para fazer. Nadinha. Hoje não há livro, filme ou conversa que chegue aos calcanhares da descida da Avenida da Liberdade. Hoje não há trabalho, passeio ou descanso melhor do que ir para a rua somar multidão, multiplicar, encontrar o outro, os outros, muitos dos outros, ombro a ombro, lado a lado, taco a taco, de braço dado, de mãos juntas, em cada esquina um amigo, em cada rosto igualdade. Hoje é dia de começar numa praça, avançar, criar um ritmo, uma só voz, uma passada, uma batida uníssona, avançar de novo, chegar a outra praça. Fazer um caminho. Uma manifestação tem pernas para andar, faz um carreiro, conta uma história, concebe uma identidade. Alma. Hoje não há nada melhor para fazer. Nada melhor do que saber que não estamos sozinhos, somos muitos, somos mais e acrescentamos. Neste sábado cada um não estará só na sua casa e na sua vida. Estará no condomínio aberto, junto para mudar a vida de todos. Sairá da rua da amargura para a avenida da liberdade. Por cada passo, menos uma solidão. Por cada metro, menos uma desistência. Por cada troço, menos um desamparo. À insularidade que nos impõem, a manifestação opõe a fraternidade. À miséria, opõe a alegria. Ao fatalismo, opõe o pensamento. Ao silêncio, o desejo. À casta, opõe a irmandade. Ao medo, a cantiga. Quem canta seus males espanta. E a justiça, sempre a justiça.

“Porque vais à manifestação?” tem milhares de respostas e mais um dia, é pelo agora e pelo depois, pela Europa, pelo Estado social, pelo emprego, pela dignidade e, claro, pela liberdade. Aliás, hoje, só por ela já valeria a pena, demonstrada que está a tentativa de intimidação. Mas ir é também fazê-lo por todos aqueles que não podem, os esbulhados da luta e todos os desapossados das suas capacidades, os tantos que acreditam que já não acreditam, os omitidos nos lares, os invisíveis pela deficiência, os que estão em recolher obrigatório ou em prisão domiciliária forçada porque o trabalho não dá para mais ou nem lhes dá nada, todos os exilados, os cilindrados pelo tempo extorquido, os que chegam à escola sem pequeno-almoço, os que já nem vão à escola, os que racionam a sua saúde, os que já estão há tanto tempo a viver na rua que não encontram a porta de saída. Vou à manifestação porque recuso o cada um por si, a dispersão e a ruptura dos laços que nos tem arruinado, que é o princípio do fim e o pasto da barbárie. Vou porque um início é isto, um começo é assim - erguer vínculos, gerar parentescos e resgatar a acção. Hoje não tenho nada melhor para fazer."

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