DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

sábado, 9 de março de 2013

Três textos sobre a estupidez de Passos Coelho

"O salário mínimo nacional e incompetência máxima nacional de Passos Coelho!"
João Lemos Esteves - Expresso

"1. Quando li a notícia ontem nos jornais, fiquei perplexo: Passos Coelho afirmara, no dia anterior, na Assembleia da República, que o mais sensato seria descer o salário mínimo nacional. Fiquei absolutamente estarrecido: Passos Coelho, desta feita, ultrapassara todos os limites do bom senso e do decoro político. E da lucidez. Assim, resolvi ver o debate parlamentar na íntegra para confirmar as afirmações do Primeiro-Ministro. Minha conclusão: houve, nesta oportunidade, um excesso de zelo de boa parte da comunicação social. De facto, a forma como os jornais citaram Passos Coelho dava a entender que este havia defendido ferozmente a descida do salário mínimo nacional. Mas não: Passos Coelho afirmou, em rigor, que o mais sensato até poderia ser a descida do salário mínimo nacional para facilitar a criação de emprego, invocando o exemplo da Irlanda. Contudo - acrescentou Passos Coelho - o Governo já afastou esse cenário, pois entendeu que o valor do salário mínimo já é tão baixo, que dificilmente consegue garantir o mínimo imposto pela dignidade da pessoa humana (atenção: esta frase é da minha autoria, não estou a reproduzir ipsis verbis as declarações de Passos Coelho - o nosso Primeiro-Ministro não consegue invocar ou sequer compreender o que seja tal coisa como a "dignidade da pessoa humana" - o humanismo, para ele, é algo fora de moda, algo ridículo). Para já, os portugueses podem ficar mais descansados: o Governo de Passos Coelho não irá descer o valor do salário mínimo nacional, não constando tal medida das intenções políticas do Governo. Por conseguinte, as manchetes alarmistas de alguns jornais tiveram como efeito, em primeira linha, alarmar sem razão os portugueses, já tão fatigados com aquilo que o Governo, de facto, propõe e aplica - que não têm já paciência para medidas desastrosas que o Governo ponderou e, felizmente, já afastou. Prova-se, assim, que há um clima geral de enorme suspeita e irritação face ao executivo Passos Coelho: qualquer declaração de Passos Coelho é interpretada no pior sentido possível, criando ruído que objectivamente desgasta o Governo. É que tais declarações, mesmo descontextualizadas ou citadas enviesadamente, já obrigaram Passos Coelho, mesmo no estrangeiro, a desdobrar-se em declarações para explicar aquilo que não disse! O que é uma originalidade - e naturalmente acaba por retirar credibilidade e força política a Passos Coelho!

2. Posto isto, independentemente de a redução do salário mínimo não constar da agenda do Governo, este episódio é eloquente na demonstração da ingenuidade política - direi mesmo amadorismo político! - de Passos Coelho. Então o Primeiro-Ministro, numa altura em que sabe que o Governo está descredibilizado e é o alvo (muitas vezes, com razão) dos jornalistas, vai afirmar no Parlamento que o "mais sensato seria a descida do salário mínimo"? Mesmo ressalvando que o Governo já afastou tal medida, era evidente que uma afirmação deste iria provocar polémica! E para quê? Parece que o Governo está a provocar os portugueses, está a esticar a corda para aferir até onde vai a paciência dos portugueses! Um membro da JSD que tenha acabado de participar na Universidade de Verão em Castelo Vide percebe que, em política, não importa só o que se diz - mas também (ou sobretudo?) a forma como se diz. Ora, Passos Coelho deveria voltar aos tempos de jota e ter umas lições na Universidade de Verão: a sua ingenuidade política é algo que surpreende pela negativa. É que tudo isto parece pura inconsciência política: parece que temos um aventureiro como Primeiro-Ministro. Ora, a situação de Portugal não se compadece com brincadeiras, nem com Governos que pretendem desafiar o limite da saturação dos portugueses!

3. Por outro lado, mais uma vez, evidenciou-se que falta ao Governo coordenação política. Repare-se: depois desta frase desastrosa de Passos Coelho, foi o próprio Primeiro-ministro que, no estrangeiro, teve de dar explicações sobre o que pretendia dizer. Passos Coelho a explicar e a comentar Passos Coelho. Quem se fragiliza politicamente? Passos Coelho, o chefe de Governo. Como é que um Governo pode ter sucesso assim? Fácil: não pode! Este Governo resume-se a Passos Coelho: ninguém se entende -Paula Teixeira da Cruz dá recados aos seus colegas de Governo publicamente, os ministros dão informações contraditórias sobre a mesma matéria - , todos dão os seus palpites pessoais e ninguém aparece para explicar as medidas do Governo. Só mesmo Passos Coelho - e mal. Um Governo assim aguenta até 2015? Bem pode vir Luís Marques Mendes proclamar que o Governo tem todas as condições para ganhar as legislativas - só mesmo alguém que se dá muito bem com Miguel Relvas (que é a sua fonte para os seus comentários) pode acreditar em tal coisa..."


"Cegueira e insensatez"
Carvalho da Silva - Jornal de Noticias

"Passos Coelho ao afirmar, em plena Assembleia da República, que "aumentar o salário mínimo geraria mais desemprego neste momento", pôs a nu toda a dimensão de cegueira neoliberal, de incompetência e de disparate que marca o rumo e as práticas da sua governação. Mas é dramático que isto seja assumido como uma estratégia, confirmada, aliás, pelas afirmações de António Borges dois dias depois.

A brutal e injusta austeridade faz sofrer as pessoas, mas parece que também cega e estupidifica quem as impõe.

A afirmação do primeiro-ministro (PM) situa-se para além dos limites do bom senso e da decência política. É caso para lhe dizer: abre os olhos, obcecado! Não vês a queda da procura? Não vês a situação das empresas? Não vês a vida concreta das pessoas?

O problema de fundo é que estamos perante alguém que não cumpre os requisitos mínimos para se manter nas funções efetivas de primeiro-ministro de Portugal. Passos Coelho chegou a PM através de um ato eleitoral, isso é um facto, mas ele não governa de acordo com os compromissos que assumiu e não é um intérprete fiável dos interesses dos portugueses. Comporta-se simplesmente como executor das medidas que vão traçando os tecnocratas indigitados pelos nossos credores e agiotas (incluindo os Borges), com vista a explorar, até ao limite, o povo português.

Infelizmente, pelo menos três gerações de portugueses - aquelas que hoje sofrem com este desastroso rumo - vão dolorosamente lembrar-se por muito tempo deste roubo organizado, com dimensões externas e internas, feito ao seu país. E vão recordar-se das traições que estes governantes de ocasião e da mentira cometeram.

O que se está a passar nestes tempos em Portugal é uma proliferação de atos de insensibilidade social e humana, de malvadez mesquinha, de atentados à liberdade das pessoas e à soberania do povo.

Múltiplas personalidades com conhecimentos económicos, sociais e políticos, vários economistas, sindicalistas e até dirigentes empresariais já vieram explicar que, na situação que o país vive, mais do que em qualquer outra, o aumento do salário mínimo nacional (SMN) é um sinal social e económico necessário e gerador de emprego a prazo curto. Claro que se trata de uma opção contra o empobrecimento e a favor do Estado social.

O SMN (485 euros ilíquidos) está hoje abaixo do limiar da pobreza, é o mais baixo da Zona Euro, atinge diretamente mais de 11,3% dos trabalhadores ativos, mas há centenas de milhares de trabalhadores que ganham apenas uns euros acima e, como sabemos, o sinal dado pelo aumento do SMN tem repercussões naturais em toda a política salarial.

Face às carências de quem ganha o SMN ou pouco mais, todos os cêntimos que este puder melhorar desaguam de imediato no consumo, na dinamização das atividades económicas.

É imprescindível que não se deixe cair esta exigência de aumento imediato do SMN. Saúdo todos os esforços dos partidos políticos à esquerda e de movimentos sociais nesse sentido e saúdo a persistência da CGTP-IN que forçou o agendamento do seu debate na concertação social para o próximo dia 19. Entretanto, não posso deixar de fazer um comentário crítico à atitude da CIP. É positivo que não embarque na loucura do Governo de reduzir, reduzir os salários e que, embora de forma ténue, vá olhando para alguns problemas reais da economia e da maioria das empresas. Mas é inadmissível e maldoso o seu ato de aproveitar o drama do desemprego para tentar precarizar ainda mais as relações de trabalho.

Os dirigentes da CIP, como a generalidade dos empresários com uma formação mínima, sabem que reduzir os salários e precarizar o trabalho bloqueia o desenvolvimento e desencoraja o trabalho. Muitas vezes basta um indivíduo fazer contas para rapidamente concluir que a remuneração que lhe é atribuída não cobre os custos necessários para ir trabalhar.

Haja bom senso, verdadeiro e sério patriotismo.

A insanidade dos governantes resolve-se demitindo-os. E o povo está a dar sinais claros de que não se demite da responsabilidade de o exigir."

"O 'conselheiro' Borges"
João Marcelino - Diário de Noticias

"1. Tenho por certo que António Borges, nesta fase da sua vida, está muito pouco interessado em fazer concessões em relação a tudo aquilo em que acredita, e a tudo aquilo que julga saber.

Isso tem sido evidente nos últimos meses.

Cada vez que António Borges dá uma entrevista, e desdobra-se como nunca nessa cruzada, o que diz produz efeito.

Em junho defendeu que os salários dos portugueses deviam baixar. Obrigou o primeiro-ministro a vir esclarecer que o Governo não tinha nenhum plano para descer nominalmente os salários.

Em agosto, numa incursão sobre a RTP, lançou a ideia de concessionar a estação a privados que tinham, dizia ele, melhores condições para gerir a empresa - e despedir quem houvesse a despedir a seguir. Mesmo quando, já no início deste ano, Miguel Relvas anunciou que a privatização estava cancelada e se iria seguir a restruturação da RTP mantendo-a na órbita do Estado, o conselheiro Borges entendeu que não seria bem assim. E disse-o.

Em setembro, na mais bruta das polémicas, tinha decidido chamar ignorantes aos empresários que rejeitaram as alterações à taxa social única, que Pedro Passos Coelho, pressionado pelo País, foi obrigado a meter na gaveta.

2. Agora, retomando o tema que lhe é tão caro da baixa de salários, António Borges acha que até o ordenado mínimo (485 no Continente e um pouco mais nos Açores e na Madeira) deveria diminuir, como aconteceu noutros países, como a Irlanda. Que o salário mínimo português seja um terço do irlandês será, com certeza, um pormenor; e que os patrões portugueses, numa perspetiva mais inteligente de reanimação do mercado interno, estejam até disponíveis para negociar esse salário mínimo nacional, deve ser - é - absolutamente irrelevante para o "conselheiro" Borges.

Pelo meio disto, a avença de 300 mil euros que recebe para o grupo de trabalho que lidera dar conselhos ao Governo sobre as privatizações não o impediu de assumir funções num grupo privado, a Jerónimo Martins.

3. É um mistério que o Governo continue a precisar dos doutos conselhos do antigo vice-governador do Banco de Portugal e alto funcionário da Goldman Sachs.

Por um lado, cada vez que o homem fala - e já se percebeu que não se sente limitado neste campo da comunicação - o Governo abana. Leva com os protestos e críticas de empresários, trabalhadores e partidos da oposição, quando não mesmo com as de relevantes militantes dos próprios PSD e CDS.

A irresistível lógica teórica defendida por Borges de que baixos salários são um passo para promover o emprego no futuro seria, aliás, sempre um excelente argumento para Pedro Passos Coelho fazer aquilo que há muito se impõe: despedi-lo com justa causa, retirar ao "conselheiro" a possibilidade de continuar a massacrar os seus compatriotas com a dureza de quem parece que já nada espera da vida.

Há momentos em que é preciso dizer basta aos dislates, mesmo que travestidos de alguma lógica académica ultraliberal.

Não há nenhum motivo de natureza racional que, tantos disparates depois, aconselhe a manter este homem na órbita do Governo - pago, e bem pago, com o dinheiro de todos os contribuintes. Se há limites para a arrogância intelectual paga pelo Estado, António Borges ultrapassou-os todos.

Se todos os portugueses trabalhassem de borla haveria pleno emprego e todas as empresas do mundo quereriam estabelecer-se no nosso país - será que António Borges já pensou nisto? É uma bela ideia, não é?"

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