DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

sábado, 2 de março de 2013

Muitas razões para 'grandolar'

Texto de Nuno Saraiva hoje publicado no "Diário de Noticias"

"Ficámos ontem a saber, através do insuspeito Eurostat, que a taxa de desemprego em Portugal voltou a subir em janeiro, cifrando-se agora nos 17,6%. Isto é, quase um milhão de portugueses contabilizados sem trabalho, o que significa mais de milhão e meio de desempregados reais. A evidência é tal que o ministro da Economia já admitiu o falhanço. Paulo Portas foi mais longe e assegurou que "só uma pessoa que não está no seu são juízo é que diz que está tudo bem". Porém, há precisamente uma semana, o primeiro-ministro garantia em Viena estarmos "na direção correta" e não existir "necessidade de alterar a trajetória".

Se outros motivos não existissem, o autismo e a obstinação que conduzem Pedro Passos Coelho à negação permanente da realidade seriam razões de sobra para que um mar de gente saísse à rua, no exercício legítimo de "um sobressalto cívico". Ontem como hoje, as palavras de Cavaco Silva a 9 de março de 2011 em que incentivava à indignação da sociedade civil e desafiava os jovens para que fizessem "ouvir a vossa voz porque este é o vosso tempo" não podiam ser mais adequadas. A diferença é que hoje, além de estar sitiado em Belém (de onde não sai há um mês), o Presidente da República, cujo maior poder é o da palavra, mantem o silêncio preferindo entreter-se a distribuir medalhas ou com questões de semântica jurídica.

A Grândola voltou pois à rua num tempo assim. Em que o desemprego continua a aumentar, em que os portugueses são acusados de pieguice e em que os jovens são convidados a emigrar, em que o confisco e o assalto fiscal são a receita de quem está no poder, em que se faz no Governo exatamente o contrário daquilo que se havia prometido na oposição de forma impune, em que a economia está feita em cacos, em que as previsões são corrigidas à velocidade meteórica de quem muda de camisa mostrando cada vez mais que os brutais sacrifícios exigidos não valem a pena, em que dentro dos próprios partidos da maioria são cada vez mais os que acusam o ministro das Finanças de estar a levar o País à ruína.

Perante os factos, o primeiro--ministro responde com apelos à "serenidade" e classifica como "radicalização" a indignação legítima de quem protesta seguindo a máxima de que "a cantiga é uma arma". Uma espécie de variação em "Pedro menor" do "nós ou o caos" cavaquista.

As reações aos protestos dos últimos dias têm revelado, aliás, uma estranha comunhão de pontos de vista entre sociais-democratas, centristas e... socialistas. Todos, ou quase todos, saíram em defesa de Miguel Relvas após a grandolada no ISCTE falando em "atentados à liberdade de expressão" e à "democracia". Mas então a democracia esgota-se no momento em que votamos? O protesto, a expressão pública do descontentamento, o "sobressalto cívico" defendido em tempos por Cavaco não são também um exercício democrático? E alguém "no seu são juízo" acredita mesmo que se atentou contra a liberdade de expressão? Mas não pode um ministro falar quando quer, como quer e onde quer? É evidente que pode e é óbvio que a democracia é tudo isto. Ou será que preferiam umas boas pedradas ou montras partidas à la grega em vez das manifestações pacíficas enquadradas pela Grândola, vila morena de Zeca Afonso? Aí, sim, estariam em causa as liberdades democráticas.

E de uma coisa tenhamos todos a certeza. É impossível governar, com ou sem memorando de entendimento para cumprir, contra a vontade e a revolta de um povo quase inteiro. Como defenderam esta semana Jorge Coelho e António Pires de Lima, numa conferência promovida pela TSF, é chegado o tempo de dizer à troika que a receita da austeridade falhou, que após quase 20 meses de sacrifícios brutais os portugueses não aguentam mais e de impor ao FMI, ao BCE e à Comissão Europeia um "memorando para o crescimento e o emprego" e o fim da escravatura fiscal a que estamos sujeitos.

Não o fazer é ignorar o sentimento do País. E é bom que o Presidente da República, a quem compete também ler os sinais, esteja atento e os saiba interpretar. Sob pena de, um dia destes, as grandoladas darem lugar ao caos social e à rutura. E o descontentamento e desencanto com os políticos e as políticas conduzam, como em Itália, ao voto maciço num palhaço."

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