"Sempre que estão em causa medidas impopulares por parte do Governo, o CDS manifesta a sua contrariedade ou o seu desconforto, numa tentativa de se demarcar delas.
Desta vez, perante o novo pacote de austeridade, o
partido também fez questão de dar a conhecer as suas reticências, numa
intervenção do seu líder que se rodeou de requintes de dramatização:
após um suspense de 48 horas, Paulo Portas falou ontem ao País, como se
fosse um outro chefe de Governo.
Não obstante o
tom conciliador, a divergência em relação ao Governo insinuou-se aqui e
ali, para se afirmar de modo claro na questão da nova taxa para as
pensões: a contribuição de sustentabilidade. Para o líder do ‘partido
dos contribuintes e dos pensionistas’, este saque aos reformados era uma
"barreira" que não podia "deixar passar" sob pena de perder parte da
sua base eleitoral. O expectável seria um bloqueio, mas a solução foi
aprovar medidas de valor superior às necessárias para ter folga de
negociação com a troika e deixar cair a ‘TSU dos pensionistas’. Ou seja,
Portas acaba de matar politicamente a medida, mas ficámos a saber que o
Governo impõe sacrifícios desnecessários e que anuncia medidas que são
para cair."
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