DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Ainda se não aperceberam?

Texto de Baptista Bastos hoje publicado no "Jornal de Negócios".

 "A troika diz que apenas apresenta o esboço, e que as decisões são tomadas pelo Governo. Passos Coelho já nos havia advertido que fora para lá do que a troika exigira. Fizera-o em nome da prevenção e a fim de tranquilizar os "mercados." Os "mercados" têm servido para toda a espécie de embustes e de dissimulações, porque o pretendido é mascarar a crise alargada que o capitalismo atravessa. Bem gostaria de assistir a uma palestra ou ler um artigo de qualquer economista sério que nos esclarecesse da natureza exacta da crise. Dizem eles que a natureza exacta é sempre difícil de clarificar. E andamos nesta roda de balbúrdia atrás de balbúrdia, estando nós no meio dela.

A ideologia neoliberal tem-se expandido, com panegiristas não só entre os economistas "modernos", para os quais a ética é, somente, uma experiência anacrónica, como em certos sectores jornalísticos. Não é inocente a citação constante do "Financial Times", cuja influência, manifestamente, suplantou a do "The Wall Street Journal." Numa época em que a incerteza é dominante, o conflito acerca das debilidades da democracia serve, objectivamente, os prosélitos do neoliberalismo. Não será significativo que, no caso português, poucas vezes a democracia seja objecto de estudo e de defesa, e que uma tendência para branqueamento do fascismo tenha, por exemplo, suscitado, na Imprensa, um sururu que está longe de ser uma polémica por notória deficiência intelectual de uma das partes? Fernando Rosas, com a inteligência que se lhe reconhece, e a rectidão cultural de que é tributário, fez editar, no "Público" de anteontem, um notável artigo, no qual põe as coisas em pratos limpos e chama aos animais os nomes que os animais merecem.

A ideologia neoliberal é uma aberração, que põe em questão os fundamentos da própria democracia, não para a melhorar, sim para a destruir. Em Portugal, a I República tem servido de pretexto para se elogiar o salazarismo, velada ou declaradamente. Pode um inimigo da República situar-se num plano de equilíbrio para analisar o assunto? E o louvor do salazarismo não será, ele também, um modo comparativo de se enxovalhar a democracia? As dificuldades extremas por que passamos, nesta fase histórica, não propiciam aos historiadores (com aspas e sem aspas), um discurso factual que ilumine e clarifique as origens dos nossos contratempos.
Os partidos "de poder" estão cada vez mais desacreditados, e os políticos que os representam perderam, completamente, a caução da nossa confiança.

Que fazer? Vejamos: na luta contra o fascismo, o antifascismo não foi, simplesmente, uma batalha ideológica. Foram criadas as condições para a criação de uma frente moral, que conglomerou a nata da cultura portuguesa, a diversidade das opiniões partidárias, e o desgosto acentuado das populações. Não estará na hora de se recuperar essa grande tradição?
O descontentamento generalizado das pessoas terá de levar àquilo que Mário Soares designou de "levantamento patriótico", correspondente a essa frente moral que abalou os alicerces do salazarismo.

Estamos numa dilemática encruzilhada histórica. E não podemos, nem devemos permitir que esta monumental manobra ideológica, muito bem preparada e organizada, consiga alcançar as rupturas carismáticas, entre a legalidade constituída, de forma que obtenha resultados definitivos. Esta gente tenta fazer com que o abandono emocional se transforme em permanente estado de espírito. O sobressalto cívico de que precisamos, para sacudir esta fatal letargia, não tem sido acompanhado, essa é que é a verdade, pelos escritores, pelos jornalistas livres, pelos artistas. O ataque à RTP e à RDP é um dos aspectos da ofensiva que se estrutura.

Está em causa a nossa sobrevivência como nação, como povo, como entidade cultural.
Será que ainda se não aperceberam do que está em jogo, e das terríveis ameaças que sobre todos nós pairam?"

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