DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

domingo, 16 de setembro de 2012

O povo acordou?

Ontem, 15 de Setembro de 2012, o povo saiu à rua numa das maiores manifestações já realizadas em Portugal.

Foto do Jornal de Noticias

Em Lisboa, Porto e em muitas outras cidades espalhadas pelo País e no estrangeiro, os portugueses vieram dizer, alto e bom som, que estão contra as medidas de austeridade que Passos Coelho quer impor.

Gerações inteiras, novos e "velhos", estudantes, trabalhadores e empresários, desempregados e empregados, precários ou não, é este o retrato dos manifestantes, independentes dos partidos e dos sindicatos.

Só não vê a indignação e o desprezo quem não quer mesmo ver e se refugia atrás do formalismo eleitoral para reclamar uma legitimidade que, obviamente, não tem.

Passos Coelho tem de tirar conclusões do que ontem se passou e perceber que o povo não o quer a governar o País.

A atitude correcta seria demitir-se e ir para eleições mas, para isso acontecer, há que continuar a lutar na rua e a mostrar ao estúpido que o tempo dele acabou.

Povo, acordaste, não te deixes adormecer de novo!


Coligação ligada à máquina

Texto de Paulo Baldaia hoje publicado no "Diário de Noticias".

"Por "patriotismo", segundo o próprio, Paulo Portas decidiu não decretar a morte da coligação de que faz parte, mas deixou-a ligada à máquina sem grande esperança de lhe restituir vida verdadeira que permita a Portugal ter governo para os três anos que faltam de legislatura.

Não sabemos se Pedro Passos Coelho fez um testamento vital para a coligação. Conhece, como conhecemos todos, o CDS de Portas. Passos aceitará este prolongamento artificial de vida? Também ele é um "patriota" e não quer levar o país até ao risco de procurar outra solução governativa? Prefere ficar neste estado de coma provocado pela TSU do que correr o risco de regressar à vida deixando cair esta polémica medida?

Portas não esteve bem ao alimentar um tabu porque alimentou também um clima de desconfiança que irá marcar o resto da vida desta coligação. A coisa está de tal forma que um dos vice-presidentes do CDS achou por bem informar o país de que já não há química na coligação. O que agora está em jogo, no entanto, já não é a capacidade dos parceiros de coligação recuperarem a alegada química que um dia tiveram, o que agora se joga é a capacidade do poder executivo preservar a ligação às pessoas em nome de quem governa.

Passos Coelho não pode agora confundir determinação com casmurrice. Se o seu parceiro de coligação entrou no coro generalizado de criticas à fórmula TSU, não sobra muito espaço para manter a fórmula. É preciso que o Executivo não perca de vista o que aconteceu ontem em várias cidades do país. Não se governa contra tudo e contra todos. Por mais mérito que o primeiro-ministro e o ministro das Finanças vejam nesta matéria, estão obrigados a perceber que já não estão a governar em nome da maioria política que os suporta no Parlamento, porque o CDS, mesmo que vote a favor, resolveu ficar de fora.

Sobre a evidente situação política explosiva que se antevia escrevi a semana passada, não pensando, no entanto, que o divórcio da coligação já tinha feito um caminho tão longo. Este casamento "sem química" mantém-se, como muitos outros casamentos, por causa da crise. É artificial. O instinto de sobrevivência que os pode levar até às autárquicas é o mesmo instinto que vai confirmar o divórcio a meio da legislatura.

As centenas de milhar que ontem sairam à rua, o CDS, os barões do PSD, o PS e o Presidente vão ter de obrigar Passos Coelho e Vitor Gaspar a recuar. A coligação está ligada à máquina. O país também."


Conversa acabada

Texto de Pedro Marques Lopes hoje publicado no "Diário de Noticias".

"1. Não há quem não tenha salientado a importância da existência de consensos políticos e sociais neste particularmente difícil momento da nossa história. E, justiça seja feita, o Governo conseguiu com os anúncios dos últimos dez dias o maior consenso político e social desde que chegou ao poder: não há ninguém que defenda as novas medidas de austeridade. Não há defensor acérrimo da austeridade que se tenha posto ao lado do Governo, não há patrão contente por lhe "aliviarem" a tesouraria (não há palavras para definir as lições de gestão de Passos Coelho aos empresários e a sugestão de que ia interferir na tesouraria das empresas), não há sindicato compreensivo, não há senador, ex-presidente, e, especialmente, não há militante do PSD e do CDS que pense pela sua cabeça e não esteja absolutamente dependente da máquina partidária que apoie este esbulho aos trabalhadores por conta de outrem, este roubo aos reformados, esta irracionalidade económica, este plano de rápida destruição da economia dum país. O Governo uniu os portugueses contra si e, claro está, abriu uma crise política. Não foram os parceiros sociais, os credores ou a contestação social e política. Foi o próprio Governo. O Governo tinha dado todas as razões e mais algumas para que as pessoas quisessem vê-lo pelas costas: os ministros que o não são e os que são sem o não serem; o Executivo enxuto que se revelou uma confusão sem nome com comissões, grupos de trabalho e afins; as tricas entre os dois partidos da coligação; leis que não chegam a entrar em vigor por ter havido enganos...; gente sem o mínimo conhecimento da realidade em cargos vitais; as privatizações pouco transparentes, Relvas, RTP. A lista é longa. Mais que tudo, a prova de que os portugueses são o mais tolerante dos povos é a execução orçamental. O facto, que nunca é demais repetir, de que foram pedidos todos os sacrifícios para que se atingissem os miríficos 4,5% e, pelos vistos, vamos ficar lá pelos 6 ou 7%, seria prova mais do que suficiente para aquilatar do profundo fracasso do Governo, da sua incompetência, do erro da sua receita além troikiana. Mesmo assim, o Governo ainda dispunha de algum crédito. Mas perdeu-o quando chamou estúpidos aos portugueses. Quando tentou convencê--los de que a mesma receita podia dar resultados diferentes. Quando a demonstração da gritante injustiça de transferir dinheiro de pessoas que ganham 485 ou 1000 euros, depois de todos os sacrifícios impostos, para as empresas ficou evidente. Quando ficou transparente que este tipo de sacrifícios não vai resolver rigorosamente nada, ou melhor, vai conduzir Portugal para um buraco ainda mais fundo. Mas que não existam confusões: a crise que o Governo abriu não tem que ver com as possíveis dissensões entre os membros do PSD e do CDS do Governo, ou entre gente do PSD, ou com o facto de Cavaco Silva achar o novo pacote de austeridade uma loucura - como a sua porta-voz Ferreira Leite nos veio dizer - ou nem sequer com a injustiça ou o gigantesco disparate das medidas do dito pacote. O que fez deflagrar a crise política foi o facto de se ter quebrado o elo de confiança entre os eleitores e os seus representantes. Neste caso, entre o Governo e o povo. E, não há volta a dar, quando o laço de confiança entre poder político e cidadãos se quebra, é impossível repará-lo.

Os portugueses teriam rejeitado o romper de equilíbrios sociais em que a comunidade está alicerçada se lhes tivesse sido dito que esse era o plano. Os portugueses não teriam apoiado o caminho do empobrecimento generalizado como forma de chegar sabem os deuses onde, se esse projecto tivesse sido proposto. Ninguém votaria numa transferência de recursos dos mais pobres para os mais ricos aprofundando a nossa endémica desigualdade. Não estamos perante simples mudanças de rumo, correcções às promessas eleitorais, ou mesmo decisões inevitáveis. O Governo optou por um caminho que entra em ruptura com o conjunto de valores em que se baseia a nossa comunidade.

Este Governo, para os cidadãos, caiu. Pode até manter-se em funções, mas já ninguém o respeitará.

2. Não faltarão vozes nos próximos dias a apelar à responsabilidade. À necessidade de este Governo se manter em funções, a demonstrar que o pior cenário do mundo seria a sua queda. Esqueçamos, por agora, que quem iniciou a crise foi o próprio Governo. O que neste momento importa saber é: o que seria pior para o País? Este Governo conseguir aprovar o Orçamento com as medidas já anunciadas e que inexoravelmente conduziriam o País para uma situação de ruptura social e económica lá para meados do próximo ano, tentar dentro do quadro parlamentar arranjar outra solução governativa ou anteciparem-se as eleições? A resposta não é simples, mas mantendo-se o Governo na linha anunciada qualquer das duas últimas soluções seria melhor do que a primeira."

Sem comentários:

Enviar um comentário