DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Mais reacções à estupidez

Foto do Diário de Noticias
Ferreira Leite arrasa Governo
"Ninguém consegue engolir a segunda dose de xarope"
Publicado no Diário de Noticias mas manchete também noutros jornais.

" A ex-ministra das Finanças criticou em toda a linha as novas medidas de austeridade numa entrevista concedida à TVI24

Num tom contundente, Manuela Ferreira Leite não poupou o ministro das Finanças Vítor Gaspar nas várias críticas que fez às novas medidas de austeridade anunciadas numa entrevista concedida à TVI 24 esta noite.

"Esta segunda dose de xarope já ninguém a consegue engolir", rematou a ex-ministra das Finanças quase no final da entrevista e depois de ter insistido na ideia de que a "receita" do governo liderado pelo seu partido para tirar o país da crise "não está a resultar". "Só por teimosia se insiste numa receita que não está a resultar", referiu.

O aumento da TSU para os trabalhadores e respetiva redução para as empresas foi avaliado pela ex-ministra das Finanças como "uma medida altamente perniciosa que vai aumentar dramaticamente o desemprego".

A garantia dada por Vítor Gaspar de que o dinheiro da Segurança Social deve ficar nas empresas mereceu-lhe um reparo "ácido". "Senti-me um bocadinho na União Soviética a ouvir o ministro das Finanças nessa matéria. Nunca vi um ministro gerir a tesouraria das empresas privadas!". "


Os pobres que paguem a crise
Alfredo Leite, Jornal de Noticias


"No mesmo sítio onde Passos Coelho tratou todos os portugueses por "amigos", o meu amigo Pedro (Ivo, não o Passos, de quem estou longe de ser amigo, apesar de me tratar como tal) publicou ontem um post que faz lembrar um remake luso de "Good Bye, Lenine!". Dizia assim: "Quem tivesse emigrado em 1975 e chegasse hoje a Portugal diria que o país está igual. Pobre, amargurado. E a ver a mesma telenovela". É certo. A única diferença é que em 75 os portugueses tinham esperança. O que o Governo nos fez nos últimos dias foi aniquilar a mais ínfima réstia desse sentimento.

Naquele tempo, em que a "Gabriela" ainda passava a preto e branco na única televisão existente (a mesma que Passos Coelho quer agora desbaratar), pedia-se que fossem os ricos a pagar a crise, mas, com o Governo laranja a falhar as previsões de retrair a economia em 4%, são agora os trabalhadores por conta de outrem e os pensionistas a pagar a dita. Em menos de uma semana Passos, Gaspar e o silêncio encurralado - e cúmplice - de Portas puseram os trabalhadores quase a pagar para trabalhar. Com isso, arruinaram a paz social que tanto nos distinguia da Grécia e aniquilaram o capital de cooperação institucional que envolvia a oposição socialista e a UGT. Em poucos dias, Crato, Gaspar e Cristas foram alvos de tentativas (vis e injustificadas, é certo) de agressão. Mas um Governo que brinca com a vida do povo que o elegeu (e de quem só teve de respeitar essa escolha) não pode esperar que a revolta seja indefinidamente contida e, nesse sentido, as manifestações do próximo sábado serão uma prova de fogo para o executivo e um teste aos cada vez menos brandos costumes nacionais.

Entre os pingos deste fogo cruzado continua a tentar passar despercebido Paulo Portas. O líder do CDS/PP e parceiro de coligação de Passos mantém um silêncio que o seu eleitorado, o que nele votou por se opor à privatização da RTP, por ser contra o aumento de impostos e por defender a dignidade de reformados e pensionistas, haverá de julgar. Enquanto se cala, refugiado no seu muito peculiar dever patriótico, Portas solta os seus mais próximos colaboradores contra Gaspar. Foi assim ontem, com a "peixeirada" à porta fechada entre o porta-voz centrista, João Almeida, e o ministro das Finanças, no decorrer de uma reunião entre os grupos parlamentares da maioria que nos governa. E por muito que todos tenham tentado calar as violentas trocas de palavras entre ambos, não é crível que Almeida se manifestasse contra a subida da TSU e as mexidas nos escalões do IRS à revelia de Paulo Portas.

Dito isto, Passos, que ainda há dias cantarolava no Tivoli "Nini dos meus 15 anos" durante um concerto de Paulo de Carvalho, poderá ter de ensaiar uma canção mais adequada ao espírito de 75 (a música, entre outras revoluções, venceu o festival RTP de 74) que dizia assim: "E depois do amor/ E depois de nós/ O adeus/ O ficarmos sós". "

A retórica da austeridade infinita
Eduardo Dâmaso, Correio da Manhã


"Depois dos 7% da Taxa Social Única, do aumento médio da receita do IRS, da penalização das reformas e dos recibos verdes, da factura do IMI que já pesa, o ministro das Finanças veio ontem admitir que podem ser necessárias "novas medidas pontuais" para chegar aos 5% de défice.

Esta retórica mitigada da austeridade infinita é não só um crasso erro político como um atentado contra o País e os portugueses. Como se não bastasse o que efectivamente oEstado vai confiscar aos portugueses, temos sido todos os dias massacrados e desmoralizados pela possibilidade de o inferno ser ainda maior. Mais: dando nota de uma total impreparação comunicacional, de um fanatismo ideológico ultraliberal, de uma descoordenação política inapelável, de uma insensibilidade social semlimites, há ministros que ainda têm o desplante de justificar o que estão a fazer com a pesada herança do PS.

Não tenhamos ilusões: apesada herança existe e resulta de um período de governação socialista que roçou a delinquência, mas os portugueses já não encaixam esse chico--espertismo político de os governos se justificarem uns com os outros. Passos Coelho e Vítor Gaspar têm de dizer de uma vez por toda onde vai isto parar e acabar com a retórica insultuosa do controlo de danos. Desde logo porque ainda ontem o chefe da missão do FMI fez questão de dizer que se o programa for apenas austeridade a economia não vaisobreviver e, também, que a paternidade de tais medidas não é dos nossos credores mas do próprio Governo. Em que verdade ficamos, afinal? "

O que contraria Gaspar não serve a Gaspar
André Macedo, Diário de Noticias


"Vítor Gaspar anda um pouco perdido. Anteontem, sugeriu às pessoas que se juntassem para reagir aos aumentos de preços em sectores chave da economia. O ministro das Finanças não especificou, mas referia-se à energia, às telecomunicações, certamente aos combustíveis. Um dia destes ainda nos vai falar do preço da carcaça. Eis a solução de Gaspar para resolver os terríveis problemas do País: que os portugueses se unam para pressionar os gestores das empresas privadas a baixar os preços. Extraordinário, não é?

Veja bem. Um discípulo da escola de Chicago, um liberal que vai privatizar a água e em breve os pombos do Rossio, diz ao povo que escolha a ação direta. Ele não fala em piquetes nem em fogueiras na Avenida da Liberdade, mas percebe-se a intenção. Chegados a este ponto, ele só quer uma coisa: desviar um pouco as atenções deste salvamento - inegável a desgraça deixada pelo PS - que ameaça acabar num afogamento coletivo.

O ministro diz também que obrigará as empresas a não desbaratar o que vão poupar em segurança social. Pagar dividendos aos acionistas - grandes, pequenos, médios - passou a ser um nojo, um atentado à pátria. Temos entre nós o único liberal do sistema solar que despreza o mercado de capitais. Promete, por isso, enfiar a longa mão do Estado na gestão da tesouraria das empresas, como antes já tinha enfiado no bolso dos contribuintes. Calma: há certamente uma justificação técnica para este absurdo. Chega de injustiça. O ministro das Finanças tem as contas do lado dele. Todos os raciocínios e projeções estão ancorados em modelos econométricos perfeitos, à prova de bala.

O que são estes modelos? O Google esclarece: um conjunto de ferramentas usadas para simular os principais mecanismos de um sistema económico. Existe naturalmente uma grande variedade destes modelos, e como a teoria macroeconómica não é um campo estável, contém muitas teorias divergentes. Os diferentes modelos não só refletem diferentes usos, mas também o ponto de vista (ah pois é...) e a ideologia (ui, ui, ui) do analista que os construiu.

Ora aí está. É outra vez o maravilhoso Excel de Gaspar. Os modelos que o Banco de Portugal fez sobre a taxa social única não serviam a Gaspar, porque contrariavam o Gaspar. Portanto: lixo com eles. Os modelos da troika, sim, esses são belíssimos, certíssimos, caríssimos. Justificam tudo, até os clamorosos falhanços orçamentais deste ano e, inevitavelmente, os do próximo. Mas isto o Excel não diz. O Excel é um papagaio, Gaspar o mestre, nós a ração da ave rara."

Aos empresários: recusem a TSU
Daniel Deusdado, Jornal de Noticias


"Perante as palavras do primeiro-ministro na sexta-feira passada, a sociedade portuguesa tem uma oportunidade de se afirmar de forma livre e justa: ignorá-las. Ou seja, perante um absurdo aumento da taxa social única que transita diretamente dos trabalhadores para os empresários, as confederações da Indústria Portuguesa, do Comércio, Turismo e Agricultura deveriam ir dizer ao Governo que recusam esta transferência e não a vão pôr em prática.
 
Não acredito que a troika seja capaz de continuar a exigir uma coisa que, em conjunto, empresários e sindicatos não consideram justo nem oportuno face às circunstâncias da sociedade portuguesa. Banca, grandes empresas como a PT ou
EDP (a Sonae, através de Belmiro de Azevedo, já disse que isto não faz sentido) podem demonstrar que não querem engrossar os seus lucros à custa da cada vez maior pobreza dos portugueses. E o Governo teria aqui uma hipótese de lavar as mãos face à troika enquanto a sociedade portuguesa demonstraria ser capaz de se afirmar como viva e justa.
Não há meio termo: ou nos conformamos com este absurdo (perante a complacência cobarde dos empresários) ou a recusamos. Silva Peneda deveria liderar este movimento (com a cobertura política de Cavaco?). Porque do Governo há pouco a esperar: demonstra infelizmente que não sabe o que anda a fazer. Na dúvida, pende para medidas ultraliberais que têm esmagado sucessivamente os mais fracos.

Passos Coelho não tem, definitivamente, maturidade para compreender o impacto das medidas a que dá voz. Conseguiu em dez minutos acabar com a paz social do país e, como disse ontem Durão Barroso, dessa forma ameaçar o maior ativo de Portugal - a luta em bloco contra a bancarrota. A culpa não é obviamente dele mas dos tristes congressos do PSD onde demasiadas vezes se usa como critério de liderança do partido quem domina o aparelho (ou os favores políticos de uma vida), mais do que as ideias.

Perante isto, Paulo Portas tem uma oportunidade única de se libertar. Por "patriotismo", se quiser repetir o argumento dos últimos dias para justificar o ensurdecedor silêncio com que nega o que sempre disse - que não aceitaria mais aumentos de impostos. A situação política não tem saída: está metido com um ministro das Finanças que cumpriu o seu papel inicial mas desconhece profundamente a forma como a economia real se comporta. Só um cientista louco, aliás, acharia que cortar 7% de rendimento mensal a todos os trabalhadores resultaria em crescimento do emprego... Por outro lado, o líder do CDS tem mais do que provas de que não pode confiar em Passos nem em Relvas. E já percebeu que o Ministério da Economia tem vindo a ser tomado, aos poucos, pelos lobbies do costume - como se viu no caso da Energia, em que a demissão do secretário de Estado era conhecida na EDP ainda antes de ser pública. Não sei francamente se o CDS é inimigo destes lobbies, mas eles impedem o país de se libertar das eternas rendas que contribuem para os gigantescos buracos do Estado...

Antes que PSD e CDS sejam a mesma coisa - ou seja, os responsáveis pelo Governo mais odiado dos últimos anos da democracia portuguesa -, talvez não fosse mal pensado pôr Portas a dar a mão a Cavaco e irem à procura de outro líder para o Governo. Uma remodelação certeira: mudar o primeiro-ministro, o seu adjunto, e mais dois ou três. Não precisam de sair todos. Precisamos é de evitar que o caminho seja o do recurso às greves que paralisam o país e nos empobrecem todos os dias.

Note-se: desta vez o argumento não é apenas a troika, a dívida do passado, o Sócrates, etc.. É a sobrevivência mental das pessoas - a diferença entre o certo e o errado - e a forma como passam a olhar para a sociedade e a política. Se o presidente da República continuar nos floreados em que é mestre, deitando gasolina para a fogueira e depois queixando-se da dimensão do incêndio, que não se queixe. Desta vez o poder político vai pagá-las na rua. Cavaco incluído - em homenagem à sua parca reforma, que o povo não esquece..."

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