DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

terça-feira, 5 de junho de 2012

A "limpeza"

Um texto magnifico do jornalista Pedro Ferreira Esteves ontem publicado no Jornal de Negócios.

"Portugal está a ser limpo. Estava sujo, com pessoas a trabalhar na construção, no turismo, em restaurantes, a abrir lojas de roupa, de "bugigangas", lojas de comida para animais, cafés, restaurantes, enfim, o País estava pouco asseado com tantos pequenos negócios de prestação de serviços vários. Essa sujidade está a desaparecer. Para dar lugar a um Novo Portugal, um Portugal lavadinho, virado para fora, a exportar de forma gloriosa, sorrisos nos lábios, bata branca vestida, agradecido e feliz.

Portugal está a ser limpo, para poder crescer. As palavras são do consultor do Governo, António Borges. Mais concretamente, "[o ajustamento] está a limpar a economia, está a prepará-la para uma fase de crescimento". Palavras partilhadas ao "Diário Económico", na semana passada. E quanto mais cedo se "limpar" a economia, mais rápido o Novo Portugal poderá nascer, exportar, inovar, qualificar-se.

Mas o Novo Portugal arrisca viver para pagar a despesa social do Velho Portugal, o dos desempregados, falidos, penhorados, desgraçados. O Velho Portugal que não consegue exportar, não sabe trabalhar em laboratórios, nem falar inglês ou alemão. Sabe fazer cimento, servir pastéis de nata, vender camisolas, carimbar anexos ou tirar fotocópias. O Velho Portugal que não conseguiu apanhar o "comboio" da formação superior e qualificada.

É fácil ser consultor em Portugal. Fecha-se num gabinete, em "conference call" com Londres, Nova Iorque, Frankfurt ou Bruxelas, lê-se "papers" e desenha-se uma "visão" para um país, sob a forma de relatórios. Mas é mais difícil, quando se é consultor num país que se formou à pressa, em que os empregos foram garantidos, os trabalhos desenrascados, os créditos facilitados. É fácil dizer que se vai despedir, baixar salários, fechar empresas inviáveis, que se vai dar crédito às exportadoras, às empresas sólidas e sãs. É fácil, porque não é preciso enfrentar as pessoas nas filas dos centros de emprego, nos tribunais, à porta das grandes empresas falidas, ao balcão dos restaurantes desertos. A "limpeza" tem um custo. Um custo social que se tem de sofrer na pele para se compreender. E um custo político, que é preciso ser eleito para se pagar. Porque as vítimas da "limpeza" vão ter muito tempo livre para se indignarem, protestarem ou votarem. Para tentarem sobreviver num Novo Portugal que já não lhes pertence, porque foi idealizado numa "torre de marfim", a muitos metros de distância do país real que desespera em baixo."

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