DERRUBAR O GOVERNO É OBRIGAÇÃO PATRIÓTICA

O inutil Cavaco Silva deu carta branca ao atrasado mental Passos Coelho para continuar a destruir Portugal e reduzir os portugueses a escravos da ganância dos donos do dinheiro.
Um governo cuja missão é roubar recursos e dinheiro às pessoas, às empresas, ao país em geral, para os entregar de mão beijada aos bancos e aos especuladores é um governo que não defende o interesse nacional e, por isso, tem de ser corrido o mais depressa possivel.
Se de Cavaco nada podemos esperar, resta a luta directa para o conseguirmos.
Na rua, nas empresas, nas redes sociais, há que fomentar a revolta, a rebelião, a desobediência, mostrar bem que o povo está contra Passos Coelho, Portas e os outros imbecis que o acompanham e tudo fazer para ajudar à sua queda.
REVOLTEM-SE!

sábado, 2 de junho de 2012

Os salários portugueses

 Texto de João Marcelino hoje publicado no Diário de Noticias

"1 No mesmo dia, duas entrevistas. Teodora Cardoso, a presidente do Conselho das Contas Públicas, diz (à "Antena 1") que discorda da abordagem defendida pelo FMI e União Europeia para aumentar a competitividade portuguesa por via do corte de salários. "Se o nível de competitividade" for obtido por essa via de corte de salários "isso significa que nos estamos a candidatar a passar para o terceiro mundo, se não, para o quarto" mundo. Para Teodora Cardoso, o ganho de competitividade não se faz por via do corte de salários mas sim através da qualificação e organização.
Também ontem, António Borges, ministro - perdão: oficialmente apenas conselheiro - , do governo para as privatizações, afirma (ao "Diário Económico") que "diminuir salários não é uma política, é uma urgência, uma emergência". Mais: "Aquilo que se fez em Portugal nos últimos anos foi um crescimento completamente disparatado dos salários, que não podemos pagar e agora temos a necessária correção".
2 Teodora Cardoso tornou-se uma voz respeitada pelo trabalho desempenhado no Banco de Portugal, que abandonou para que as funções à frente do Conselho das Contas Públicas fossem absolutamente transparentes.
António Borges acumula o seu labor governativo com funções de administrador da Jerónimo e Martins, depois de ter andado pela Goldman Sachs de Mario Draghi e Mario Monti (que nunca esquece os seus) e pelo FMI.
Ambos vivem no País em que Jardim Gonçalves recebe do Banco Comercial Português (BCP) a reforma de 175 mil euros por mês e o salário mínimo está fixado em 485 euros, por impossibilidade de concretização da promessa do governo anterior que estabelecera atingir a meta dos 500 euros no final de 2011.
E o que ambos disseram, pela relevância das posições que ocupam na sociedade portuguesa, obviamente teve impacto.
3 Não tenho a absoluta certeza que Teodora Cardoso e António Borges tenham um pensamento tão diferenciado quanto parece nesta matéria dos vencimentos pagos aos portugueses.
No limite, talvez não tenham.
Repare-se que Teodora Cardoso também diz que "haverá casos em que, de facto, nós podemos ter necessidade de reduzir salários, mas mais uma vez o problema fundamental é o da estrutura da nossa produção e mais uma vez a qualificação".
E António Borges igualmente precisa que baixar salários "não pode ser de maneira nenhuma uma perspetiva de futuro".
Mas a verdade é que, vistas as palavras ditas, e pela sequência em que foram ditas, neste momento concreto elas fazem toda a diferença.
Teodora Cardoso é clara no modelo que pretende: trabalho europeu, pagamento europeu; António Borges pelo menos admite fazer uma interrupção na democracia salarial para pôr tudo na ordem, antes de voltar à democracia no pagamento do trabalho.
4 Esta é uma matéria em que seria importante ouvir a perspetiva do governo e, sobretudo, do primeiro-ministro Passos Coelho. É dele a ideia que ganhou as últimas eleições - liberalizar a economia portuguesa e nela diminuir o peso do Estado - por muito que paradoxalmente, e talvez até ironicamente, o seu instrumento principal de trabalho seja o acordo com a "troika", negociado por Teixeira dos Santos e assinado em primeiro lugar por... José Sócrates.
Portugal está num momento muito sensível da sua vida económica. O desemprego ultrapassou os 15% e Vítor Gaspar anunciou ontem os 16% para 2013. A retoma ainda é uma miragem. A União Europeia está longe de pensar a uma só voz quanto às medidas para gerar crescimento. A Grécia é uma ameaça. A Espanha e a Itália podem ser o nosso pior pesadelo.
E, neste quadro, o governo pensa como Teodora Cardoso ou como António Borges?"

* artigo parcial

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