Texto de Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto, hoje publicado no Correio da Manhã.
"Os contribuintes portugueses são cada vez mais sócios minoritários do seu trabalho. O accionista principal é o Estado, que com o confisco dos impostos tira rendimento às famílias e agrava a depressão do mercado interno.
Portugal vive em estado de emergência, que gera um
regime de confisco e leva a que um trabalhador com mil euros brutos, um
salário médio em Portugal, mas baixo na Europa, deixe mais de um terço
do seu rendimento ao Estado, através do IRS e dos 11% da taxa da
Segurança Social. Quem no próximo ano levar para casa 2500 euros
líquidos já perdeu outra metade para o Estado. Mas o contribuinte
suporta ainda 23% de IVA na maior parte dos produtos que compra. Se
adquirir carro, fica com um mas paga dois.
Quando
abastece o veículo de gasolina, deixa metade da factura nos impostos e,
se for fumador, o Fisco fica com mais de 80% do preço dos cigarros.
Isto significa que no próximo ano as famílias irão trabalhar para o
Fisco até ao Verão e alguns contribuintes só se libertarão das
obrigações tributárias em pleno Agosto. E o problema agrava-se. Já
passaram 12 anos desde que Cavaco Silva alertou para o perigo do
"monstro da despesa pública". Desde 2002, o monstro mais do que duplicou
e endividou-se ainda mais com a aceleração das parcerias
público-privadas e da chuva de dinheiro desperdiçado com a
incompetência. Os pobres contribuintes foram ainda chamados a tapar
buracos de crimes económicos como o BPP e o BPN, que custam mais do
dobro do brutal aumento do IRS que em 2013 irá asfixiar a já anémica
economia."
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