O Saque
Texto de Paulo Morais, Professor Universitário, hoje publicado no "Correio da Manhã"
"O governo anda a vender empresas públicas e outras participações de capital ao desbarato. Ao desbarato e às escondidas.
A primeira fase de alienação de participações
públicas, a venda do capital estatal da EDP e da REN, não poderia ter
corrido pior em termos de falta de transparência. No caso da EDP, não se
conheceram os critérios que levaram à pré--qualificação dos
concorrentes.
Foi nomeada uma comissão de
acompanhamento pelo governo, constituída por académicos como Daniel
Bessa, apenas para ratificar decisões previamente tomadas. Houve
telefonemas estranhos para o primeiro-ministro por parte do banqueiro do
grupo BES, José Maria Ricciardi.
O mesmo que
preside à ESSI, financeira que assessorou os chineses ganhadores do
concurso. Para cúmulo, houve ainda notícia de que, nos processos de
privatização da EDP e da REN, cavalheiros do BES, conhecedores
antecipados do valor das propostas, teriam andado a negociar na bolsa,
incorrendo no crime de abuso de informação privilegiada.
Este
processo foi tão pouco claro que até o Ministério Público agora o
investiga. O nível de promiscuidade entre vendedores, decisores e
compradores foi obsceno.
Seguem-se agora, neste
final do ano e à pressa, as privatizações da TAP e a ANA. Estranhamente,
o Governo nomeou para assessor na privatização da TAP José Luís Arnaut,
que terá também interesses privados na processo da ANA.
O
líder da oposição já veio pedir ao governo a suspensão do concurso da
TAP, alegando falta de transparência. Mas Seguro, se for sincero nas
preocupações que expressa, deve solicitar a intervenção da PGR e exigir a
anulação do processo.
Na privatização da ANA, o
governo perdeu completamente o pudor. Em conselho de ministros, veio
isentar o concessionário seleccionado de pagar ao estado rendas de
milhões nos primeiros anos da concessão. Um escândalo: o governo
reúne-se para dar baldas aos concorrentes à privatização da ANA, para
legalizar o saque.
A opacidade, a promiscuidade e a
incúria são as marcas da política de privatizações deste governo. Mais
uma vez se observa que há grupos económicos que dominam os processos
políticos e que os governos são assim correias de transmissão dos
grandes interesses privados."
Relvas transformará Portugal numa lixeira empresarial
Texto de Daniel Oliveira, publicado no seu blogue "Antes pelo contrário" no "Expresso"
"Luiz Eduardo de Oliveira e Silva é irmão e sócio de José Dirceu. José Dirceu foi um dos homens fortes do PT brasileiro e o pior daquele partido. Principal responsável pelo caso mensalão e condenado a 10 anos de prisão. Gente fina, portanto. E gente fina com quem o ministro Miguel Relvas tem relações próximas.
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