Texto de António Rebelo de Sousa, Economista, hoje publicado no "Diário Económico"
"Se é verdade que para os liberais não
existem interesses estratégicos de um País- o mercado é que tudo
determina-, também não é menos verdade que, para muitos, Portugal tem
interesses estratégicos a defender.
Importa assegurar a implementação de um modelo de desenvolvimento
consistente que maximize as nossas vantagens competitivas dinâmicas.
Importa
estarmos na rota dos principais voos intercontinentais entre a Europa e
as américas ou entre a europa e o continente africano.
Importa
manter uma comunicação social que comporte órgãos independentes,
evitando-se a contaminação por parte de grupos coniventes com o
exercício de um poder autocrático e corrupto.
Importa dispor-se de uma estratégia coerente de concretização de parcerias no sector energético.
Importa
assegurar uma boa legislação de defesa da concorrência, com
transparência na informação e com mecanismos adequados de supervisão.
Importa enveredar por processos de privatização que, na medida do possível, possam ir ao encontro do interesse nacional.
Importa definir uma estratégia consistente de internacionalização da
economia nacional, procurando-se explicar melhor o papel de uma AICEP,
de uma CGD ou de uma SOFID.
Importa executar uma política de cooperação que se constitua em
instrumento eficaz da dita estratégia de internacionalização da economia
Portuguesa.
Importa, ainda, potenciar, de uma forma eficiente e inovadora, uma das maiores zonas económicas exclusivas do Mundo.
É,
ao fim e ao cabo, essencial que se parta de um "conjunto de valores" e
que se estabeleçam objectivos e metas inteligíveis para o cidadão comum.
Por
muito que se esteja confrontado com uma situação de dependência externa
extrema, deverá haver valores e interesses estratégicos de que não
deverá abdicar-se.
Haverá sempre quem argumente com o pragmatismo para tudo justificar,
aceitando a ideia de que não se dispõe de qualquer poder negocial.
Um
País não precisa de governantes que se limitem a estudar a melhor forma
de aplicar internamente receitas impostas do exterior.
Para isso, um qualquer Alto Comissariado imposto do exterior serviria.
Um País precisa de alguém com vontade própria.
Um País, o nosso País, precisa de ser governado por Homens Livres.
Realistas, pragmáticos e, por isso mesmo, moderados.
Mas, livres. Nem mais, nem menos..."
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Sentido de Estado
Etiquetas:
governo,
passos coelho
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